Enxaqueca crônica triplica risco de dor na articulação da mandíbula com o crânio, alerta estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/08/2017 às 9:52
Estudo revela que, quanto mais frequente for a enxaqueca, mais severos serão os sintomas de disfunção temporomandibular, como dificuldade de mastigação e tensão na articulação temporomandibular (Foto ilustrativa: Pixabay)
Estudo revela que, quanto mais frequente for a enxaqueca, mais severos serão os sintomas de disfunção temporomandibular, como dificuldade de mastigação e tensão na articulação temporomandibular (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Estudo revela que, quanto mais frequente for a enxaqueca, mais severos serão os sintomas de disfunção temporomandibular, como dificuldade de mastigação e tensão na articulação temporomandibular (Foto ilustrativa: Pixabay)

Da Agência Fapesp

Sabe-se que, de alguma forma, a enxaqueca está relacionada a dores nos músculos da mastigação. Mas a relação com a disfunção temporomandibular (DTM), que ocorre na articulação da mandíbula com o crânio, era feita independentemente da frequência da enxaqueca.

Em estudo recém-publicado, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMPR) da Universidade de São Paulo descrevem que, quanto mais frequente for a enxaqueca (migrânea crônica), mais severos serão os sintomas de DTM, como dificuldade de mastigação e tensão na articulação temporomandibular.

Assista ao programa Casa Saudável, transmitido pela TV JC, sobre enxaqueca: 

“Nosso estudo mostrou que um paciente que apresente migrânea crônica, aquela que ocorre em 15 ou mais dias por mês, tem o triplo de chances de relatar sintomas mais severos de DTM, se comparado a pacientes com migrânea episódica”, disse Lidiane Florencio, autora do estudo que integra o Projeto Temático Estudo da associação de aspectos clínicos, funcionais e de neuroimagem em mulheres com migrânea, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

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Os dados foram publicados no Journal of Manipulative and Physiological Therapeutics. O estudo avaliou 84 mulheres na faixa dos 30 anos. Os resultados: 21 apresentavam migrânea crônica, 32 migrânea episódica e 32 não tinham migrânea.

Foram observadas taxas de prevalência de sinais e sintomas de DTM em 54% das mulheres sem enxaqueca, 80% das mulheres com enxaqueca episódica e em 100% daquelas que apresentavam enxaqueca crônica.

Para Lidiane Florencio, a justificativa da associação entre frequência da enxaqueca e severidade da DTM pode estar nos níveis mais elevados de sensibilização desses pacientes.

“A repetição de casos de enxaqueca pode amplificar a sensibilização à dor. Nossa hipótese é que a enxaqueca atue como um fator que predispõe à DTM. Por outro lado, a DTM pode ser considerada um fator de perpetuação potencial para a enxaqueca, pois atua como uma entrada nociceptiva [de recepção de estímulos aversivos] constante que contribui para manter a sensibilização central e os processamentos anormais de dor”, disse.

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