Microcefalia: Huoc implementa unidade para acompanhar desenvolvimento de crianças

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 09/08/2017 às 14:56
Hospital Universitário Oswaldo Cruz inaugura centro para avaliar desenvolvimento de pacientes de 6 meses a 3 anos de idade (Foto: Divulgação)
Hospital Universitário Oswaldo Cruz inaugura centro para avaliar desenvolvimento de pacientes de 6 meses a 3 anos de idade (Foto: Divulgação) FOTO: Hospital Universitário Oswaldo Cruz inaugura centro para avaliar desenvolvimento de pacientes de 6 meses a 3 anos de idade (Foto: Divulgação)

O Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife, implementou um serviço para avaliar a evolução neuropsicomotora de filhos de mulheres que tiveram zika durante a gravidez. Os pequenos, na faixa dos seis meses aos três anos de idade, podem ou não ter microcefalia diagnosticada. Inicialmente, a Unidade de Desenvolvimento Infantil (UDI) atenderá as famílias cadastradas no Grupo de Pesquisa da Epidemia de Microcefalia (Merg), equipe de pesquisadores ligados a diversas instituições, a maioria delas em Pernambuco.

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Os pacientes serão acompanhados por uma equipe multidisciplinar composta por duas neurologistas e duas fisioterapeutas, todas vinculadas ao Merg. Nos atendimentos, iniciados em julho passado, as crianças são submetidos à Escala de Desenvolvimento Bayley, teste internacional usado para avaliar o desenvolvimento de pequenos em variadas idades.

“Nem sempre conseguimos conseguimos quantificar em que nível de desenvolvimento a criança se encontra. Com a escala de Bailey, conseguimos avaliar com mais exatidão e de forma mais individualizada para diferentes faixas etárias o quão distante a criança está do desenvolvimento normal para a faixa etária. É um exame demorado, que precisa ser realizado em um ambiente silencioso e isolado”, explica a neuropediatra Paula Sobral, uma das coordenadoras da UDI.

A Escala de Bayley está subdividida em cinco domínios: cognição, linguagem (comunicação expressiva e receptiva), motor (grosso e fino). Além de identificar possíveis atrasos na evolução, o teste pode contribuir para detectar precocemente sinais de risco.

Após a avaliação, as mães recebem um kit simples de estimulação para realizar atividades com as crianças em casa. “Além do kit, com materiais adequados para cada idade, orientamos os responsáveis a entregaro resultado da avaliação complementar para os médicos que acompanham essas crianças”, pontua a especialista.

Os atendimentos na Unidade são pré-agendados, após encaminhamento médico, pela própria equipe. Inicialmente, a capacidade é de atender cerca de 4 pacientes por dia. O serviço funciona de segunda a sexta. 8h às 12h e das 13h30 às 17h (exceto nas sextas).

A ideia é expandir, futuramente, o atendimento para outras crianças com dificuldades no desenvolvimento. Atualmente, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE) possui um laboratório de atendimento semelhante ao UDI.