Medidas antitabaco quadruplicaram em 10 anos, diz OMS

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/07/2017 às 13:01
Atualmente, quase 4,7 bilhões de pessoas se beneficiam de pelo menos uma medida antitabaco. O número é quatro vezes maior do que em 2007 (Foto: Pixabay)
Atualmente, quase 4,7 bilhões de pessoas se beneficiam de pelo menos uma medida antitabaco. O número é quatro vezes maior do que em 2007 (Foto: Pixabay) FOTO: Atualmente, quase 4,7 bilhões de pessoas se beneficiam de pelo menos uma medida antitabaco. O número é quatro vezes maior do que em 2007 (Foto: Pixabay)

Da AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse, nesta quarta-feira, que as medidas contra o tabaco quadruplicaram nos últimos 10 anos, apesar do cigarro ainda provocar sete milhões de mortes por ano. Vários países adotaram medidas para convencer os cidadãos a não fumarem, como advertências nos maços, proibições de propaganda ou com instalação de áreas de fumantes, informou o relatório da OMS sobre a epidemia mundial de tabagismo, apresentado em Nova York.

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Atualmente, quase 4,7 bilhões de pessoas se beneficiam de pelo menos uma medida antitabaco. O número é quatro vezes maior do que em 2007. "As estratégias para colocar essas medidas em funcionamento salvaram milhões de pessoas de uma morte precoce", indicou a OMS, que em 2008 lançou o programa MPOWER. O objetivo era favorecer as ações dos governos contra o tabaco.

O MPOWER foi lançado no marco de uma convenção da OMS, que tem por objetivo frear a epidemia agravada pela globalização. Seis estratégias são utilizadas para dissuadir o consumo de tabaco. Tratam-se do controle de consumo e políticas de prevenção, proteção do público contra a fumaça, ajudas para fumantes abandonarem o hábito, advertências sobre os perigos do tabaco, respeito da proibição de publicidade e aumento dos impostos.

Uma em cada dez mortes

"Os governos do mundo não deveriam demorar para incorporar todas as recomendações da convenção da OMS em seus programas nacionais", insistiu o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, diante das Nações Unidas (ONU). "Também devem reprimir o mercado ilícito dos produtos derivados do tabaco, que aumentam a epidemia mundial de tabagismo e suas consequências na saúde e socioeconômicas", avaliou.

"Trabalhando juntos, os países podem evitar milhões de mortes e economizar milhões de dólares por ano em cuidados médicos", acrescentou Adhanom. O último relatório da OMS, financiado pela Bloomberg Philanthropies, que reúne diversas atividades filantrópicas do milionário e ex-prefeito de Nova Iorque Michael Bloomberg, se concentra no controle do tabaco e em políticas de prevenção.

"Uma em cada dez mortes no mundo é provocada pelo tabaco. Mas podemos mudar isso com o programa MPOWER, que demonstrou ser altamente eficaz", indicou Bloomberg, embaixador da OMS para doenças não contagiosas.

Combater táticas da indústria

Os autores constataram que um terço dos países já colocaram em prática as recomendações para controlar o consumo. Mas apesar do grande avanço em comparação a 2007, os governos avaliaram que ainda há muito a ser feito, como oferecer mais recursos e tornar a questão prioridade nacional, segundo a OMS.

A organização também destacou a importância de controlar e combater sistematicamente as táticas da indústria do tabaco. Reduzir o consumo de tabaco é parte essencial do Programa de Desenvolvimento Sustentável 2030, estabelecido pela ONU em 2015. Um dos objetivos principais é reduzir o número de mortes prematuras causadas por doenças não contagiosas - patologias cardiovasculares, pulmonares, câncer e diabetes - em um terço. Em todas estas, o tabagismo desempenha um papel importante.