Com suspeita de raiva humana, mulher internada em hospital do Recife tem 'alto risco de morte'

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/06/2017 às 14:03
Paciente está internada no Oswaldo Cruz desde o último dia 26 (Foto: Igo Bione / Acervo JC Imagem)
Paciente está internada no Oswaldo Cruz desde o último dia 26 (Foto: Igo Bione / Acervo JC Imagem) FOTO: Paciente está internada no Oswaldo Cruz desde o último dia 26 (Foto: Igo Bione / Acervo JC Imagem)

O Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife, acompanha o caso de uma mulher de 30 anos, internada na unidade de saúde com suspeita de raiva humana, doença viral que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Em nota divulgada nesta quinta-feira (29), o Huoc destaca que a paciente chegou ao serviço no último dia 26, já em “estado muito grave e assim permanece, com alto risco de morte”. A doença teria sido transmitida pelo contato da paciente com um gato.

O Huoc informa ainda que a paciente, residente no Recife, foi encaminhada do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no bairro da Tamarineira, Zona Norte da cidade. Os exames necessários para diagnóstico foram enviados ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PE) e serão encaminhados a São Paulo. Não há previsão para os resultados, segundo o hospital.

O último caso da doença no Estado foi em 2008, quando o jovem Marciano Menezes da Silva, à época com 16 anos, de Floresta, no Sertão de Pernambuco, foi contaminado após uma mordida de morcego. Marciano também foi tratado por profissionais do Oswaldo Cruz. Até hoje a equipe não sabe especificar o que foi determinante para a cura do garoto, considerado o primeiro brasileiro a se ver livre do vírus da raiva. Antes de Marciano, o Estado registrou um caso da doença em 2006. Nesse, o vírus foi transmitido por um cão.

A doença

A raiva é uma zoonose viral, doença infecciosa de animais transmitidas para o ser humano. É caracterizada, principalmente, como uma encefalite progressiva aguda e letal. Todos os mamíferos são suscetíveis ao vírus e podem vir a ser possíveis transmissores da doença. A raiva apresenta dois principais ciclos de transmissão: urbano e silvestre. O primeiro é passível de eliminação, por se dispor de medidas eficientes de prevenção.

A transmissão da doença se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura, arranhadura, lambedura de mucosas. O período de incubação é extremamente variável, desde dias até anos. No homem, a média é de 45 dias. Em crianças, existe tendência para um período de incubação menor que no indivíduo adulto.

O paciente com suspeita da doença deve ser atendido na unidade hospitalar de saúde mais próxima, sendo evitada sua remoção. Entre os principais sintomas da doença estão: babar em excesso; convulsão; sensibilidade exagerada no local da mordida; Excitabilidade e perda de sensibilidade em uma área do corpo. Não há um tratamento específico para a raiva. As medidas utilizadas pela equipe de saúde são de suporte.

A vacina antirrábica é a melhor maneira de se prevenir contra a raiva. Não há contra-indicação.