Período de chuvas aumenta número de internações pediátricas por asma grave

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 23/06/2017 às 14:39
Em emergência pediátrica de hospital no Recife houve aumento de cerca de 65% nos atendimentos se comparados aos 2 primeiros meses do ano (Foto: Reprodução)
Em emergência pediátrica de hospital no Recife houve aumento de cerca de 65% nos atendimentos se comparados aos 2 primeiros meses do ano (Foto: Reprodução) FOTO: Em emergência pediátrica de hospital no Recife houve aumento de cerca de 65% nos atendimentos se comparados aos 2 primeiros meses do ano (Foto: Reprodução)

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), a asma atinge cerca de 20% da população brasileira, causando 300 mil internações e 2 mil mortes por complicações dos sintomas todos os anos. Quem convive com a doença por perto, principalmente pais dos pequenos, deve ficar ainda mais atento no período de chuvas. É nesta época que há maior incidência das doenças respiratórias da infância, havendo, de forma sazonal, uma procura muito grande às emergências pediátricas. Aumentam também os índices de internamentos hospitalares e nas UTIs pediátricas.

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No Hospital Esperança Olinda, da Rede D'Or São Luiz, 108 crianças foram internadas por asma nos últimos três meses, sendo 45 dessas em UTI por crises moderadas ou graves. Na emergência pediátrica houve um aumento médio dos atendimentos nesse período de cerca de 65% se comparados aos 2 primeiros meses do ano. O número é 23,6% acima do previsto para o período do ano.

Entre os sintomas que podem apontar um quadro de asma grave estão: acordar com frequência à noite em decorrência dos sintomas da asma; ter que faltar as atividades escolares por conta da asma; apresentar muitas limitações para participar de atividades físicas; ter que ir de forma emergencial ao hospital; ser internado por conta da asma; ter sua qualidade de vida prejudicada. "Prevenção e controle são as chaves para impedir que os ataques de asma grave comecem", alerta o médico Igor Colaço, chefe da emergência pediátrica do Esperança.

A doença

Doença crônica que afeta as vias respiratórias, a asma acomete, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, incluindo crianças. A condição acomete principalmente os brônquios, canais que levam ar aos pulmões. Falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito são os sintomas mais comuns.

A maioria dos pacientes que convivem com a doença tem as primeiras manifestações clínicas ainda na infância, muitos até antes dos três anos de idade. Por isso, o diagnóstico é feito levando em consideração o histórico clínico do paciente, que geralmente tem ao longo da vida alguns episódios de agravamento que o levam ao hospital várias vezes com manifestação dos sintomas mais comuns.

A espirometria, procedimento que mede a capacidade inspiratória e expiratória do indivíduo, é um dos exames que auxilia os especialistas a confirmarem o diagnóstico da doença e a partir de então acompanhar a evolução do paciente. O tratamento, seja nos casos mais leves ou graves, é feito à base de medicações inalatórias com corticoide.

Controlar o peso, evitar o cigarro e praticar atividades físicas regularmente também são algumas das principais recomendações médicas para quem convive com a asma. Vale reforçar que, se não tratada corretamente, a doença pode até mesmo levar à morte.