Pernambuco amplia rede de apoio ao pré-natal de alto risco no interior

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 21/06/2017 às 10:05
Pré-natal de alto risco é destinado às gestantes que apresentam condições em que a saúde dela e a do feto têm maiores chances de ser comprometida, em comparação com as grávidas de risco habitual, aquele inerente a qualquer mulher que gera um bebê (Foto ilustrativa: Pixabay)
Pré-natal de alto risco é destinado às gestantes que apresentam condições em que a saúde dela e a do feto têm maiores chances de ser comprometida, em comparação com as grávidas de risco habitual, aquele inerente a qualquer mulher que gera um bebê (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Pré-natal de alto risco é destinado às gestantes que apresentam condições em que a saúde dela e a do feto têm maiores chances de ser comprometida, em comparação com as grávidas de risco habitual, aquele inerente a qualquer mulher que gera um bebê (Foto ilustrativa: Pixabay)

Com o suporte das Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada (UPAEs), que atendem a população do interior, os hospitais regionais do Estado passam a fazer parte de uma nova rede de apoio ao pré-natal de alto risco, destinado às gestantes que apresentam condições em que a saúde dela e a do feto têm maiores chances de ser comprometida, em comparação com as grávidas de risco habitual, aquele inerente a qualquer mulher que gera um bebê. Geralmente, são pacientes que desenvolvem diabetes ou hipertensão na gestação ou que apresentam essas doenças, além de outras, antes de engravidarem. Com as UPAEs e os hospitais regionais na assistência ao pré-natal de alto risco, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) pretende descentralizar o acompanhamento da gestação e desafogar o atendimento nas maternidades e hospitais do Grande Recife.

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“Por mês, estão sendo ofertadas 1,1 mil consultas para o pré-natal de alto risco nesta nova rede de apoio. Além dos obstetras, há nutricionistas, cardio e endocrinologistas para atender as gestantes”, informa a secretária-executiva de Atenção à Saúde do Estado, Cristina Mota. Ela destaca que o perfil dessas pacientes é diferente daquelas com gestação de risco habitual porque as condições de saúde que apresentam (diabetes, cardiopatia e hipertensão) exigem um critério mais rigoroso para a indicação de exames de sangue e ultrassonografias gestacional. “A ideia é qualificar o pré-natal de alto risco, com menos intercorrências na gestação, menor risco de parto prematuro e poucas chances de complicações no pós-parto.”

Segundo Cristina Mota, da SES, o hospital regional é a porta de entrada da gestante de alto risco, que pode contar com o atendimento nas UPAEs. "Se houver necessidade (quando o quadro de saúde não é estabilizado), ela é encaminhada para uma das unidades de referência do Estado", destaca a secretária-executiva (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação)

A secretária-executiva acrescenta que, para implementar a assistência com as UPAEs e os hospitais regionais, foi necessário adaptar uma rede que já existia. “Conceitualmente as UPAEs não são para oferecer acompanhamento da mulher durante o pré-natal, mas reconhecemos a necessidade de criar a rede complementar no interior, que dá acesso a médicos especialistas. Assim, o hospital regional é a porta de entrada da gestante de alto risco, que pode contar com o atendimento nas UPAEs. Se houver necessidade (quando o quadro de saúde não é estabilizado), ela é encaminhada para uma das unidades de referência do Estado”, explica Cristina Mota.

Partos

Entre os hospitais vinculados à SES e que já tinham (e continuam a oferecer) o pré-natal de alto risco, estão o Hospital Dom Malan (Petrolina, no Sertão), o Regional Professor Agamenon Magalhães (Serra Talhada, no Sertão), o Regional Fernando Bezerra (Ouricuri, no Sertão) e o Barão de Lucena (Zona Oeste do Recife, no bairro da Iputinga). Entre eles, o Dom Malan é o que mais realiza partos entre as 177 unidades da rede pública de saúde no Estado. No ano passado, foram feitos 7.158 partos no hospital – uma média de 600 procedimentos do tipo por mês, entre cesarianas e partos vaginais, segundo dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), com base no Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS). Já o Barão de Lucena assume a sexta posição entre todas unidades que realizam partos no Estado. Em 2016, foram 4.254 procedimentos do tipo no hospital.

No Hospital Regional de Palmares, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, a gestante de alto risco conta com obstetra, cardiologista e endocrinologista (Foto: Miva Filho/SES/Divulgação)

Das dez UPAEs, oito já passaram a ser incluídas à nova rede de atenção ao pré-natal de alto risco. "Falta implementar essa assistência nas unidades de Belo Jardim e Limoeiro", diz Cristina Mota, que reforça a necessidade de os municípios continuarem a realizar o pré-natal das gestantes. "O esquema que criamos não é substitutivo do que já existe; é completar à rede já existente."

Com o novo modelo de pré-natal de alto risco, por exemplo, a gestante pode ter como porta de entrada o Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns (Agreste), para acompanhamento e passar por consultas especializadas, com cardiologista, endocrinologista e nutricionista, na UPAE do município. Segundo a SES, também com a proposta de descentralizar a assistência ao pré-natal e ao parto, já foram retomadas as obras do Hospital da Mulher do Agreste (Caruaru), que deve ficar pronto já em 2018.