Pesquisa demonstra eficácia de espaçadores artesanais no tratamento da asma

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/06/2017 às 16:51
Além de representar uma economia no tratamento da doença, espaçador artesanal tem praticamente mesma eficácia que produtos comercializados em farmácias (Foto: Reprodução)
Além de representar uma economia no tratamento da doença, espaçador artesanal tem praticamente mesma eficácia que produtos comercializados em farmácias (Foto: Reprodução) FOTO: Além de representar uma economia no tratamento da doença, espaçador artesanal tem praticamente mesma eficácia que produtos comercializados em farmácias (Foto: Reprodução)

Um estudo desenvolvido no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE) comprovou a eficácia de espaçadores artesanais, produzidos pelos próprios pacientes com garrafas plásticas, para administração de medicamentos contra a asma. Os aparelhos são usados para facilitar o manejo correto das substâncias medicamentosas por meio de nebulímetros pressurizados (as conhecidas bombinhas). A pesquisa foi publicada na edição 126 do periódico científico Respiratory Medicine.

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Ao todo, 63 pacientes participaram da pesquisa. Divididos em dois grupos, os voluntários foram monitorados por dois meses. Metade dos participantes usou espaçadores comercializados nas farmácias, enquanto a outra parte fez uso dos aparelhos feitos de maneira artesanal. O estudo verificou que os resultados foram semelhantes em ambos os grupos no tocante à efetividade do tratamento para a asma.

O levantamento servirá como base para os pacientes que queiram economizar nos custos com o tratamento da doença, já que o produto comercializado nas farmácias é vendido por cerca de 90 reais. "É a ciência caminhando no sentido de desenvolver alternativas eficazes e mais baratas de tratamento da asma pensando em populações carentes", ressalta José Ângelo Rizzo, chefe do Setor de Pesquisa e Inovação Tecnológica do HC e um dos responsáveis pelo estudo.

A pesquisa foi conduzida por médicos do Serviço de Pneumologia e de Alergologia do Hospital das Clínicas, unidade vinculada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), em parceria com pesquisadores portugueses.

A doença

Doença crônica que afeta as vias respiratórias, a asma acomete, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, incluindo crianças. A condição acomete principalmente os brônquios, canais que levam ar aos pulmões. Falta de ar, chiado no peito, tosse e aperto no peito são os sintomas mais comuns.

A maioria dos pacientes que convivem com a doença tem as primeiras manifestações clínicas ainda na infância, muitos até antes dos três anos de idade. Por isso, o diagnóstico é feito levando em consideração o histórico clínico do paciente, que geralmente tem ao longo da vida alguns episódios de agravamento que o levam ao hospital várias vezes com manifestação dos sintomas mais comuns.

A espirometria, procedimento que mede a capacidade inspiratória e expiratória do indivíduo, é um dos exames que auxilia os especialistas a confirmarem o diagnóstico da doença e a partir de então acompanhar a evolução do paciente. O tratamento, seja nos casos mais leves ou graves, é feito à base de medicações inalatórias com corticoide.

Controlar o peso, evitar o cigarro e praticar atividades físicas regularmente também são algumas das principais recomendações médicas para quem convive com a asma. Vale reforçar que, se não tratada corretamente, a doença pode até mesmo levar à morte.