SUS ofertará mais um medicamento para esclerose múltipla a 12 mil pacientes no Brasil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 31/05/2017 às 14:53
Teriflunomida, nova medicação para esclerose múltipla incorporada ao SUS, possibilita redução dos surtos e da progressão da doença (Imagem ilustrativa: Pixabay)
Teriflunomida, nova medicação para esclerose múltipla incorporada ao SUS, possibilita redução dos surtos e da progressão da doença (Imagem ilustrativa: Pixabay) FOTO: Teriflunomida, nova medicação para esclerose múltipla incorporada ao SUS, possibilita redução dos surtos e da progressão da doença (Imagem ilustrativa: Pixabay)

Os pacientes diagnosticados com esclerose múltipla terão mais uma opção de tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde incorporou o medicamento teriflunomida - que, além de oferecer redução dos surtos e da progressão da doença com menores riscos aos pacientes, será o primeiro medicamento da primeira linha de cuidado, por via oral. O produto estará disponível em até 180 dias nas unidades de saúde do País e deve atender cerca de 12 mil pacientes, que já recebem tratamento na rede pública de saúde, além dos novos casos diagnosticados.

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O SUS atualmente oferece seis medicamentos para o tratamento da doença: betainterferona (1a injetável e1b injetável); fingolimode 0,5mg; glatiramer 20 mg injetável; natalizumabe 300 mg; azatioprina 50 mg e o metilprednisolona 500mg.

Além do novo medicamento, as betainterferonas e o acetato de glatirâmer, que são os medicamentos de primeira escolha, oferecem menores riscos aos pacientes durante o tratamento. As outras opções, fingolimode e natalizumabe são reservados para pacientes que não obtiveram resposta às opções iniciais. No Brasil, o SUS oferece ainda 277 hospitais habilitados como Unidade de Assistência ou Centro de Referência de Alta Complexidade em Neurologia/Neurocirurgia.

A doença

A Esclerose múltipla é uma doença autoimune que acomete o sistema nervoso central, mais especificamente a substância branca, causando desmielinização e inflamação. Afeta usualmente adultos na faixa entre 18 e 55 anos. No Brasil, sua taxa de prevalência é de aproximadamente 15 casos por cada 100 mil habitantes.

O quadro clínico se manifesta geralmente por surtos ou ataques agudos, podendo entrar em remissão de forma espontânea ou com o uso de corticosteroides (pulsoterapia). Os sintomas mais comuns são neurite óptica, paresia ou parestesia de membros (refere-se às sensações cutâneas como formigamento, pressão, frio ou queimação), disfunções da coordenação e equilíbrio, mielites, disfunções esfincterianas e disfunções cognitivo-comportamentais, de forma isolada ou em combinação. Recomenda-se atentar para os sintomas cognitivos como manifestação de surto da doença.