Neste período de chuvas, fique atento aos perigos da leptospirose

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 30/05/2017 às 17:26
Doença infecciosa, a leptospirose é transmitida pela urina de ratos e outros animais (Foto: Diego Nigro / JC Imagem)
Doença infecciosa, a leptospirose é transmitida pela urina de ratos e outros animais (Foto: Diego Nigro / JC Imagem) FOTO: Doença infecciosa, a leptospirose é transmitida pela urina de ratos e outros animais (Foto: Diego Nigro / JC Imagem)

O período chuvoso em Pernambuco, além de alertar para os casos das arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos, como dengue, chicungunha e zika), também precisa de atenção para evitar as ocorrências de leptospirose, doença infecciosa transmitida ao homem pela urina de roedores, principalmente por ocasião das enchentes e alagamentos. No Estado, é a partir do mês de março que normalmente começa a aumentar as notificações da doença, transmitida aos seres humanos pelo contato da pele ou conjuntivas com água ou lama contaminadas pela urina de animais portadores de leptospira, principalmente ratos.

Sintomas e período de incubação

Os principais da leptospirose são febre, dor de cabeça e dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas. Podem também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nas formas graves, geralmente aparece icterícia (pele e olhos amarelados), sangramento e alterações urinárias. Pode haver necessidade de internação hospitalar.

O período de incubação (ou seja, o tempo que a pessoa leva para manifestar os sintomas desde a infecção) pode variar de 1 a 30 dias - normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.

Apresentando os sintomas suspeitos, é necessário procurar, de imediato, uma unidade de saúde, não se esquecendo de relatar ao médico sobre o contato com água ou lama. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), nos casos graves, o percentual de letalidade chega a 40%.

Leia também:

» Contato com água acumulada da chuva aumenta risco de leptospirose

Cuidados

No caso de contato com água contaminada, a indicação é lavar bem a área do corpo com água limpa e sabão. O hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária) mata as leptospiras e deve ser usado para desinfetar reservatórios de água (um litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água do reservatório), locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada (um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água). Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulho e esgoto devem usar botas e luvas de borracha para evitar o contato da pele com água e lama contaminadas.

Números

Apesar da redução de aproximadamente 50% no número de casos este ano, em relação ao mesmo período de 2018, é necessária a vigilância e a adoção de cuidados para evitar a ocorrência de novos casos e para que a população fique ciente das medidas preventivas.

Durante todo o ano de 2018, foram notificados 835 casos, sendo 210 casos confirmados. Em 2019, até o dia 8 de junho, foram notificados 284 casos de leptospirose, sendo 35 confirmados. Além deles, 106 casos permanecem em investigação.

Mesmo com a queda nas notificações, é preciso orientar a população para que todos possam se prevenir e fazer as medidas necessárias capazes de evitar a doença após o contato com água de chuva ou lama.