Projeto humanizado agiliza assistência a pacientes com câncer em rede de hospitais no Recife

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 19/05/2017 às 7:00
Chamado de Linha Verde, programa usará estrutura oferecida por hospitais parceiros para agilizar atendimento do paciente oncológico, desde diagnóstico até o pós-tratamento (Foto ilustrativa: Pixabay)
Chamado de Linha Verde, programa usará estrutura oferecida por hospitais parceiros para agilizar atendimento do paciente oncológico, desde diagnóstico até o pós-tratamento (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Chamado de Linha Verde, programa usará estrutura oferecida por hospitais parceiros para agilizar atendimento do paciente oncológico, desde diagnóstico até o pós-tratamento (Foto ilustrativa: Pixabay)

Uma forma de humanizar e, principalmente, agilizar o tratamento do paciente com câncer. Esse é o objetivo do projeto Linha Verde, iniciativa do Grupo Oncologia D’Or, que aportou há quase dois meses no Recife. O programa contemplará pacientes de todos os convênios aceitos pela clínica NeoH, nova unidade do Grupo, e pelos hospitais da Rede D’Or São Luiz na Região Metropolitana (hospitais Esperança Recife e Olinda, Memorial São José e São Marcos).

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Na prática, os especialistas de saúde envolvidos na área oncológica das unidades unem esforços para atender às demandas de uma espécie de concierge do Linha Verde, profissional responsável por acolher o paciente com suspeita ou diagnóstico confirmado da doença. A assistência engloba, por exemplo, marcação de consultas e exames. A meta atual é reduzir para menos de 30 dias a definição do tratamento adequado.

“A ideia é utilizar toda a estrutura dos hospitais em benefício do paciente através de uma linha única de cuidados. Reduzir para 30 dias a definição do tratamento para a realidade da saúde suplementar é um ganho enorme, já que a média na saúde privada é de três meses”, ressalta o médico cirurgião Hélio Calabria, gestor do Linha Verde na capital pernambucana.

Esse prazo de um mês para bater o martelo na intervenção terapêutica necessária em cada caso é o modelo seguido no Rio de Janeiro. Já em vigor na cidade há dois anos, o Linha Verde atende uma média de 150 pacientes por mês. “O projeto criou uma referência na área que não existia no Rio de Janeiro a nível de hospitais privados”, defende Calabria. No Recife, apesar do pouco tempo, o programa já cadastrou cerca de 40 pacientes oncológicos.

Os pacientes de planos de saúde não credenciados também podem se cadastrar no Linha Verde, que agenda os exames e cirurgias nos locais onde o convênio oferece cobertura. Dessa forma, o programa funciona como um elo entre o paciente e a operadora. “Muitos pacientes pensam que estão protegidos por causa do seguro saúde. Só vão perceber que não é sempre fácil quando precisam do atendimento. Por isso, reduzir o tempo junto à operadora de saúde nesse momento é essencial”, pontua.

O Grupo de Oncologia D’Or possui mais de 35 clínicas em seis estados brasileiros e no Distrito Federal. A parceria com a Rede D’Or São Luiz em Pernambuco é recente. A proposta é minimizar os danos de alguns gargalos na rede de assistência, buscando não só o bem-estar físico mas também mental dos pacientes oncológicos, familiares, amigos e profissionais de saúde envolvidos em todas as etapas do tratamento.

Simpósio

A capital pernambucana sediará neste sábado (20) o II Simpósio Nacional de Hematologia Oncologia D’Or. A programação reunirá especialistas de todo o Brasil para discutir aspectos da onco-hematologia, ramo da medicina dedicado ao estudo de doenças do sangue e seus distúrbios, como leucemias agudas e linfomas agressivos. A primeira edição do simpósio aconteceu em agosto de 2016 em Salvador (BA). Este ano migrou para Pernambuco com o objetivo de se integrar à NeoH (Núcleo Especializado em Oncologia e Hematologia).