Cartas na Mesa: jogo ajuda na abordagem sobre o fim da vida com pacientes

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/05/2017 às 18:27
Jogo tem como o objetivo estimular discussões que abordem de maneira positiva os valores e as últimas vontades dos pacientes (Foto: Reprodução / Internet)
Jogo tem como o objetivo estimular discussões que abordem de maneira positiva os valores e as últimas vontades dos pacientes (Foto: Reprodução / Internet) FOTO: Jogo tem como o objetivo estimular discussões que abordem de maneira positiva os valores e as últimas vontades dos pacientes (Foto: Reprodução / Internet)

A conversa com o paciente idoso sobre suas preferências em torno de variados temas ao final da vida é, sem dúvidas, uma das mais importantes que acontecem ao longo do acompanhamento. No entanto, por ser uma abordagem delicada, muitos profissionais da saúde encontram dificuldade em tratar do assunto com o paciente. Pensando em facilitar essa intervenção, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) lançou no País o jogo Cartas na Mesa (Go Wish), que tem como o objetivo estimular discussões que abordem de maneira positiva os valores e as vontades dos pacientes.

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Direcionado tanto a profissionais da saúde quanto à população em geral, Cartas na Mesa é um baralho composto por 36 cartas e um manual de instruções. As cartas e a caixa existem em duas versões (nas cores azul e laranja) que pode ser jogado em duas modalidades: paciência (individual) ou em duplas. O jogo é fruto de uma parceria exclusiva da Sociedade com a Coda Alliance, uma instituição norte-americana que tem como objetivo desenvolver e testar programas para educar idosos, seus familiares e a equipe profissional a respeito de preferências pessoais no planejamento terapêutico para o final da vida.

O jogo facillita uma conversa franca sobre cuidados ao fim da vida. "Mais que um jogo, Cartas na Mesa permite ao paciente expressar suas prioridades e preocupações", avalia a médica Laiane Dias, presidente da Comissão Permanente de Cuidados Paliativos da SBGG. Segundo ela, é uma forma de estabelecer um diálogo com a equipe responsável pelos cuidados, para que todos conheçam os desejos do paciente.

O jogo deve ajudar a pacientes e seus procuradores de saúde (familiares, amigos, cuidadores) a comparar e discutir prioridades que eles têm em comum e a identificar pontos que possam divergir, bem como promover discussões sobre o registro de diretivas antecipadas de vontade e preferências relativas a intervenções ao fim da vida. Os interessados podem saber mais sobre o jogo no site da SBGG.