Especialista esclarece principais dúvidas sobre a radiografia

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/04/2017 às 19:50
Ao longo dos anos, as doses necessárias de radiação para diagnóstico foram reduzidas, assim o risco de se haver um câncer induzido em exames de imagem é baixo (Foto: Pixabay)
Ao longo dos anos, as doses necessárias de radiação para diagnóstico foram reduzidas, assim o risco de se haver um câncer induzido em exames de imagem é baixo (Foto: Pixabay) FOTO: Ao longo dos anos, as doses necessárias de radiação para diagnóstico foram reduzidas, assim o risco de se haver um câncer induzido em exames de imagem é baixo (Foto: Pixabay)

Quando o assunto é raio-x, pode ter certeza que vão surgir dúvidas. Por mais que, ao longo dos anos, o procedimento da radiografia tenha evoluído e os exames estejam cada vez mais modernos e eficientes no auxílio de diagnósticos, muitos pacientes ainda têm certo receio em relação à técnica. Segundo o radiologista Marcos Miranda Filho, do Lucilo Maranhão Diagnósticos, a escolha pelo raio-x deve levar em conta dois fatores: risco e benefício. "É possível avaliar quase todos os órgãos pelos métodos de imagem, apesar de existirem métodos mais recomendados para alguns deles. Por exemplo, é melhor fazer uma endoscopia para avaliar o estômago. O que sempre deve ser levado em consideração é a relação risco X benefício", ressalta.

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Pensando em esclarecer os principais mitos sobre a técnica, descoberta em 1895 por Wilhelm Conrad Roentgen, o radiologista elencou as dúvidas mais comuns acerca do assunto. Vem conferir:

1. Os aparelhos de raio-x emitem radiação que podem prejudicar o paciente?

Verdade. Os aparelhos de raio-X emitem sim radiação ionizante que pode contribuir com mutações genéticas que levam à neoplasias (cânceres), mas esse risco está relacionado outros fatores, como: a quantidade de dose de radiação aplicada, tempo de exposição, quantidade de vezes que o exame é feito e, inclusive, a própria suscetibilidade do paciente. “Ao longo dos anos, as doses necessárias para diagnóstico foram bastante reduzidas e otimizadas, utilizando-se sempre o conceito ALARA (As low As Reasonably Achievable), em outras palavras utilizar a menor dose necessária para o diagnóstico) assim o risco de se haver um câncer induzido exclusivamente por radiação ionizante em exames de imagem, é baixíssimo, para não dizer fictício”, pondera.

2. Qualquer pessoa pode ser submetida a uma radiografia?

Mito. Quase todos podem fazer exames de raio-X, inclusive pacientes com marcapassos ou próteses metálicas no corpo. Em alguns casos, ele é usado para verificar se as próteses ortopédicas foram devidamente colocadas, se estão íntegras ou se partiram após uma possível queda ou trauma. Mas em alguns casos é necessária extrema cautela.

3. Existem alguns casos que precisam de certa cautela?

Verdade. É o caso de crianças e gestantes. Nos menores, pela pouca idade, existe a possibilidade de que esses exames sejam necessários em outros momentos de sua vida, então é sugerido que o caso seja bem analisado para que não haja uma exposição desnecessária ainda cedo.

As grávidas também devem ficar atentas. O exame de raio-x só deve ser realizado desde que seja realmente necessário o exame para definição de conduta médica. É possível colocar capotes de chumbo para proteção radiológica na região da barriga e assim, proteger o bebê da radiação principal. “O médico e o técnico de RX devem ser avisados até mesmo sobre uma possibilidade de gravidez para que eles possam tomar as precauções necessárias”, alerta o médico.