PE: Levantamento aponta queda nos casos de Aids em crianças menores de 5 anos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 11/04/2017 às 14:58
Relatório divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde registrou 22 casos da doença em 2013. Já em 2015, Pernambuco registrou sete casos de Aids em menores de 5 anos (Imagem ilustrativa: Reprodução / Internet)
Relatório divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde registrou 22 casos da doença em 2013. Já em 2015, Pernambuco registrou sete casos de Aids em menores de 5 anos (Imagem ilustrativa: Reprodução / Internet) FOTO: Relatório divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde registrou 22 casos da doença em 2013. Já em 2015, Pernambuco registrou sete casos de Aids em menores de 5 anos (Imagem ilustrativa: Reprodução / Internet)

Um levantamento realizado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) apontou uma diminuição de casos de Aids em crianças menores de cinco anos. Enquanto em 2013 Pernambuco registrou 22 casos da doenças em crianças nessa faixa etária, o número baixou para 16 em 2014. Já em 2015, o órgão estadual registrou sete casos da doença. Desde o início das notificações de casos em crianças menores de 5 anos, em 1987, até 2015, foram registrados 442 casos. Já no público geral, com as primeiras notificações em 1983, até 2015, foram 23.399 casos, sendo 65% em homens e 35% em mulheres.

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Segundo a Secretaria, as estratégias do Programa Estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids/Hepatites Virais) para a prevenção da transmissão vertical do HIV (quando a criança é infectada pelo vírus durante a gestação, parto ou por meio da amamentação) têm auxiliado nesse cenário.

"Como o quantitativo de casos notificados estava abaixo do esperado, foi realizado um trabalho de busca ativa em unidades de saúde e não identificamos casos que ainda não tivessem sido notificados. Acreditamos que a descentralização da testagem rápida e a aplicação dos métodos preventivos durante o pré-natal, o parto e o pós-parto têm contribuído para que tenha ocorrido essa redução de casos em Pernambuco", defende François Figueiroa, coordenador do Programa Estadual de IST.

Prevenção e diagnóstico

As grávidas e seus parceiros sexuais devem ser investigados para as IST durante a gestação, além de serem informados sobre as medidas de prevenção. No caso do HIV, a indicação é que o teste seja realizado na primeira consulta do pré-natal e no início do 3º trimestre, de acordo com o Ministério da Saúde (MS). “Com o diagnóstico precoce do HIV, a mulher pode iniciar o tratamento normalmente. Assim, é possível praticamente eliminar o risco do bebê nascer infectado”, reforça Figueiroa.

A prevenção contra a transmissão vertical é feita por meio do diagnóstico e início do tratamento precoces, assim como a boa adesão à medicação pela gestante portadora de HIV. Já a medicação da criança começa na sala de parto, preferencialmente na primeira hora de vida.

É preciso lembrar que a mãe não poderá amamentar a criança para evitar os riscos de transmissão da doença por meio do leite materno. Por isso, o SUS fornece a fórmula láctea infantil (1º semestre) no serviço de saúde que a criança será acompanhada.

A recomendação da Secretaria é que o casal faça os testes para detecção das IST antes de pensarem em engravidar. Para o caso de um dos dois ter HIV, com o acompanhamento médico, é possível orientar o melhor momento para a gravidez. "Além da mulher, o homem também precisa ser testado, pois ele pode ter HIV ou outra IST, como a sífilis, que pode ser transmitida para a gestante e, consequentemente, para o bebê", finaliza Figueiroa.