Tosse persistente por mais de 3 semanas pode ser tuberculose. Confira ações educativas sobre a doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/03/2017 às 16:33
Geralmente, os sintomas frequentes da tuberculose incluem tosse seca contínua no início da doença (Foto: Reprodução/Internet)
Geralmente, os sintomas frequentes da tuberculose incluem tosse seca contínua no início da doença (Foto: Reprodução/Internet) FOTO: Geralmente, os sintomas frequentes da tuberculose incluem tosse seca contínua no início da doença (Foto: Reprodução/Internet)

Em todo o mundo, são 10 milhões de casos de tuberculose por ano, com 1 milhão de óbitos. Em 2016, Pernambuco registrou 4.646 mil casos novos de tuberculose, média que vem sendo repetida nos últimos anos. Em relação aos óbitos no Estado, foram 387 em 2016. Neste ano, o dia mundial de combate à doença (24/3) levanta o lema Tuberculose existe e juntos podemos acabar com ela, reforçando a importância do diagnóstico precoce e de seguir o tratamento corretamente para evitar a tuberculose multirresistente.

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"Tosse persistente por mais de três semanas é um indicativo para a tuberculose. A pessoa que suspeitar da doença deve ir até um posto de saúde para fazer o teste que pode confirmar a enfermidade. Em caso positivo, o tratamento também é ofertado no próprio posto de saúde”, afirma a coordenação do Programa de Controle da Tuberculose da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Cândida Ribeiro.

Ela acrescenta que, ao seguir corretamente todo o processo terapêutico, em 15 dias, a pessoa deixa de transmitir a tuberculose. Após, no mínimo, seis meses, ela poderá estar curada. O abandono ao tratamento pode abrir espaço para a forma resistente da doença, que pode não responder a algumas medicações.

A doença

A tuberculose, doença curável e com tratamento gratuito, afeta principalmente, os pulmões existindo também na forma extrapulmonar (não contagiosa): ganglionar periférica, pleural, cutânea, oftálmica, renal, meníngea, entre outras, sendo transmitida pelo bacilo de Koch.

A forma pulmonar bacilífera (contagiosa) é a mais relevante em saúde pública por ser a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão. A busca ativa do paciente sintomático respiratório constitui-se na principal estratégia de controle da tuberculose, uma vez que permite a detecção precoce das formas pulmonares.

Entre os sintomas clássicos da tuberculose pulmonar, estão tosse persistente, febre vespertina, sudorese noturna, falta de apetite e emagrecimento. Pessoas que apresentem tosse por três semanas ou mais são suspeitas de ter a doença e deverão procurar um serviço de saúde mais próximo para a avaliação clínica e realização de exames. Todo o tratamento, que dura em média seis meses, é gratuito.

Programação

Para chamar a atenção para a tuberculose e o seu tratamento, gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) promove, nesta quinta-feira (23), das 9h às 12h, uma ação educativa voltada para os pacientes do Hospital Correia Picanço, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. Na programação, palestra sobre a doença e a coinfecção da tuberculose com o HIV. O Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GPT+) ainda fará uma esquete com os personagens Lampião e Maria Bonita sobre o tema.

Na sexta-feira (24), Dia Mundial de Combate à Tuberculose, há um seminário sobre aspectos clínicos e epidemiológicos da enfermidade. O evento ocorre a partir das 8h, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas Pernambuco (FCM-UPE), localizado na Rua Arnóbio Marques, 310, Santo Amaro, área central dp Recife. Entre os temas abordados, a situação epidemiológica de Pernambuco e as atividades do Programa Sanar para o combate a essa enfermidade.

Também na sexta (24), às 16h30, haverá um pit stop na Avenida Agamenon Magalhães, na altura da Praça do Derby, área central do Recife, com distribuição de panfletos informativos sobre a doença. Todas as atividades estão sendo realizadas em parceria com o Comitê Pernambucano de Combate à Tuberculose, que envolve as coordenações de Tuberculose dos municípios de Recife, Olinda, Jaboatão, Cabo, Paulista e Camaragibe; a SES, Fiocruz/PE, Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) e instituições da sociedade civil, como Pastoral da Aids, Pastoral da Saúde, Sintepe, Aduseps e Grupo de Amigos na Luta contra a Sida pela Qualidade de Vida (ASQVS).

No Hospital Miguel Arraes, em Paulista, Grande Recife, também haverá palestra na sexta (24), às 10h, voltada para pacientes e seus familiares.