Ressonância magnética é essencial no diagnóstico e tratamento da esclerose múltipla

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 21/03/2017 às 9:00
Procedimento é essencial na avaliação cerebral e da medula espinhal, atuando no diagnóstico e no tratamento do paciente (Foto ilustrativa: Pixabay)
Procedimento é essencial na avaliação cerebral e da medula espinhal, atuando no diagnóstico e no tratamento do paciente (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Procedimento é essencial na avaliação cerebral e da medula espinhal, atuando no diagnóstico e no tratamento do paciente (Foto ilustrativa: Pixabay)

Segundo os especialistas, os sintomas da esclerose múltipla - doença autoimune e crônica - costumam variar de caso para caso. Apesar de não existir um exame específico indicado para o diagnóstico correto do distúrbios, alguns procedimentos são essenciais na avaliação cerebral e da medula espinhal, atuando no diagnóstico e no tratamento do paciente. É o caso da ressonância magnética (RM).

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A apresentação típica da esclerose múltipla causa lesões em pelo menos duas áreas características do cérebro, da medula ou ainda do nervo óptico. A periodicidade das crises e surgimento de novas lesões, com intervalo de no mínimo um mês entre elas, também contribui para o diagnóstico e a avaliação da conduta terapêutica. Além disso, antes de se definir o diagnóstico, é necessário fazer pesquisa e exclusão de outras doenças, como, por exemplo, deficiência de vitamina B12 ou até mesmo Síndrome de Guillain-Barré.

A ressonância magnética é um exame que usa tanto um campo magnético quanto ondas de radiofrequência para criar uma imagem dos tecidos. Ao contrário da tomografia computadorizada ou das radiografias, a ressonância não expõe o paciente à radiação. "Uma vez que a doença é crônica e a realização de exames de ressonância magnética é frequente, é importante que sempre seja disponibilizada a RM anterior para que possamos comparar o número e o tamanho das lesões, assim como detectar lesões novas – o que pode modificar o tratamento", explica a médica radiologista Flávia Cevasco, do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo.

Segundo a National Multiple Sclerosis Society, nos Estados Unidos, a ressonância magnética é o método que apresenta maior sensibilidade para analisar partes do sistema nervoso central. Por isso é utilizado no diagnóstico e no monitoramento da progressão da doença. Além da ressonância magnética, outros exames podem ser necessários para concluir o diagnóstico, como avaliação do líquido cérebro-espinhal e testes potenciais evocados – que medem o tempo de resposta a determinados estímulos. Isso é especialmente importante nos casos que não preenchem os critérios diagnósticos clínicos nem por ressonância.

A doença

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, crônica e progressiva que destrói as células que formam a mielina - a bainha de proteção que reveste as células nervosas no cérebro. Dessa forma, as comunicações do cérebro para a medula espinhal são prejudicadas. Entre os sintomas mais comuns, estão dormência no corpo, dificuldade para caminhar, fraqueza e fadiga sem causa aparente, problemas de visão, transtornos do intestino e da bexiga.