Incidência de meningite é maior na infância. Especialista alerta para importância da vacinação

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 02/03/2017 às 15:26
A clássica meningite atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e pode levar à morte (Foto ilustrativa: Pixabay)
A clássica meningite atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e pode levar à morte (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: A clássica meningite atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal e pode levar à morte (Foto ilustrativa: Pixabay)

Um estudo internacional publicado em 2013 na revista científica The Lancet apontou que a doença meningocócica invasiva (DMI) pode levar à morte, em média, uma pessoa a cada oito minutos no mundo. Caracterizada por uma infecção aguda causada pela bactéria Neisseria meningitidis, geralmente se manifesta como a clássica meningite, quadro que atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Por ser fatal, o principal alerta dos especialistas é quanto à necessidade de proteger as crianças ainda nos primeiros anos de vida.

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Um levantamento conduzido pelo Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac, em São Paulo, constatou que a maior incidência da meningite é na infância. Por isso a importância de imunizar os pequenos contra a doença ainda no primeiro ano de vida. "É nesse período que elas são mais vulneráveis. O risco de doença meningocócica em crianças que ainda estão sendo amamentadas, que chamamos de lactentes, é três vezes maior que uma criança de um a quatro anos de idade e é seis vezes maior comparado a uma criança de cinco a nove anos de idade", ressalta o diretor médico de vacinas da GSK Brasil, Otávio Cintra.

A doença meningocócica invasiva possui 12 sorogrupos diferentes. Atualmente, cinco destes sorogrupos (A, B, C, Y e W) são responsáveis por quase todos os casos de DMI no Brasil. Entretanto, a distribuição dos sorogupos é variável e pode mudar em um curto período de tempo, resultando em uma epidemiologia imprevisível.

Até o ano passado, a imunização para quatro tipos da bactéria (A, C, W e Y) só estava disponível no País para crianças acima de um ano de idade. Hoje, a indicação de faixa etária da vacina conjugada com o CRM 197 para os grupos ACWY, para uso pediátrico, é a partir dos 2 meses de idade e, também, para adolescentes e adultos. Em bebês de 2 a 6 meses de vida, são necessárias quatro dose da vacina, três doses da vacina como esquema primário, mais um reforço no segundo ano de vida.

Já em crianças não vacinadas, com idades entre 7 e 23 meses, deve ser administrada em três doses, duas doses como esquema primário com uma dose de reforço no segundo ano de vida. Crianças a partir de 2 anos, adolescentes e adultos devem tomar uma dose única da vacina meningocócica conjugada com o CRM 197. A vacina para a proteção contra a doença meningocócica causada pelo meningococo B (MenB) é indicada para indivíduos dos dois meses aos 50 anos de idade. Nos postos de saúde a vacinação apenas contra o meningococo C era gratuita para crianças com menos de 2 anos, a partir de 2017 adolescentes de 12 a 13 anos também foram incluídos.

Campanha

A meningite é tema do mais recente vídeo da campanha “Avós da Experiência” - uma série criada pela GSK para conscientizar a sociedade sobre doenças imunopreveníveis que podem acometer as crianças. A série de vídeos conta ainda com filmes sobre hepatite A, catapora, coqueluche, meningite, sarampo e caxumba. Todos eles abordam as formas de prevenção das principais doenças que podem acometer as crianças, usando como representação um núcleo familiar, em que os jovens pais recorrem à experiência das avós na hora de tirar dúvidas e pedir conselhos. Confira o vídeo: