Especialista esclarece principais dúvidas sobre infecções sexualmente transmissíveis

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/03/2017 às 14:28
Pesquisa publicada pelo IBGE apontou que, em 2015, 33,8% dos adolescentes entre 13 e 17 anos que já iniciaram a vida sexual não usaram preservativo na última relação (Foto: Pixabay)
Pesquisa publicada pelo IBGE apontou que, em 2015, 33,8% dos adolescentes entre 13 e 17 anos que já iniciaram a vida sexual não usaram preservativo na última relação (Foto: Pixabay) FOTO: Pesquisa publicada pelo IBGE apontou que, em 2015, 33,8% dos adolescentes entre 13 e 17 anos que já iniciaram a vida sexual não usaram preservativo na última relação (Foto: Pixabay)

Quando o assunto é sexo, não é segredo que o uso de preservativo pode evitar o contágio de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Apesar das informações divulgadas, dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (Pense), publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que, em 2015, 33,8% dos adolescentes entre 13 e 17 anos que já iniciaram a vida sexual não usaram preservativo na última relação. O número indica um aumento de nove pontos percentuais em relação a 2012.

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Vale lembrar que conhecimento nunca é demais e serve como um importante aliado contra as ISTS, sigla atualmente utilizada para denominar as antes chamadas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). O ginecologista Renato de Oliveira, da Criogênesis, esclareceu as principais dúvidas sobre o tema. Confira as recomendações:

1. Usar camisinha diminui em 100% o risco de contaminação?

É importante ressaltar que a camisinha reduz significantemente as chances de contaminação. Portanto, sempre usá-la no sexo vaginal, anal e oral. Algumas ISTs provocam lesões externas, principalmente ao redor dos genitais e o preservativo pode não cobrir todas as áreas.

2. Quais são os tipos de IST mais comuns?

Vírus do HIV, sífilis, hepatites, gonorreia, clamídia, herpes genital, papilomavírus humano (HPV) , tricomoníase, linfogranuloma venéreo e donovanose.

3. Quais os sintomas mais comuns?

Um exame de auto-observação ajuda a detectar alguns sinais rapidamente. Qualquer alteração no aspecto ou odor no órgão genital, assim como lesões, independentemente de serem dolorosas, corrimento vaginal e corrimento uretral no caso dos homens podem ser sinais de infecção e, além disso, lesões genitais, como verrugas, dor e ardência na região genital. Estes sinais e/ou sintomas indicam que o paciente deve procurar ajuda médica.

4. Há risco de contaminação com a prática de sexo oral?

Sim. Pode-se citar sífilis, herpes simples, HPV, entre outros.

5. Pílula anticoncepcional previne infecção sexualmente transmissível?

De maneira alguma. O anticoncepcional é um método contraceptivo que pode ter benefícios secundários como melhora da pele, controle de sangramento menstrual e das dores na menstruação. A forma mais segura de prevenir doenças é usando preservativo, que pode ser feminino ou masculino.

6. A única forma de contrair IST é pelo ato sexual?

Não. Algumas doenças, como o vírus do HIV e da hepatite B, podem ser transmitidas por outras maneiras, como por objetos cortantes contaminados. Já no caso do HPV, a transmissão pode ocorrer por meio de objetos contaminados.

7. Quais são os sintomas da Aids?

A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é causada pelo HIV e é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como tuberculose ou câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado, pois os sintomas são variados em decorrência de outras doenças que se aproveitam da fragilidade imunológica do organismo (infecções

oportunistas).

8. A escolha do preservativo é importante?

Sem dúvida. Escolha camisinhas com o selo de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), órgão responsável pelos testes de segurança.

9. Quais as consequências de não tratar as ISTs?

Algumas doenças, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidade, câncer de colo do útero, doenças neurológicas, deformidades em bebês, além de interferir no bom funcionamento do organismo e na qualidade de vida do paciente.