Planta nativa da Amazônia é usada no tratamento de sintoma do câncer

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 23/02/2017 às 17:28
Pesquisa apontou que a planta unha-de-gato ajudou na diminuição da fadiga em pacientes com câncer (Foto: Reprodução da internet)
Pesquisa apontou que a planta unha-de-gato ajudou na diminuição da fadiga em pacientes com câncer (Foto: Reprodução da internet) FOTO: Pesquisa apontou que a planta unha-de-gato ajudou na diminuição da fadiga em pacientes com câncer (Foto: Reprodução da internet)

Um estudo realizado com pacientes da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo, apontou o benefício do uso da planta unha-de-gato, nativa da Amazônia, para a diminuição da fadiga em pessoas com câncer submetidas à quimioterapia. A pesquisa avaliou 51 voluntários, todos com 64 anos, que ingeriram pílulas com extrato da planta fitoterápica três vezes ao dia, por dois meses. Ao longo desse período, os pacientes relataram menos cansaço durante o tratamento. O experimento foi conduzido pelo médico oncologista Auro Del Gliglio, do Hospital do Coração (HCor) Onco.

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Na literatura médica, o fitoterápico já é usado para tratar doenças inflamatórias, a exemplo da artrite e osteoartrose. Segundo o especialista, essa é a primeira vez que se avalia os benefícios do medicamento como antitumoral (contra o câncer). O tratamento foi aplicado em pacientes cuja qualidade de vida era bastante reduzida, devido ao avanço da doença e quando já não havia outro tratamento a ser oferecido.

"Os pacientes receberam um comprimido do fitoterápico três vezes ao dia e a conclusão foi que, além de melhorar a disposição desses pacientes e contribuir para a diminuição da fadiga, em três deles (8% do total) o câncer não progrediu durante um ano. Portanto, seu uso pode ser benéfico em pacientes com câncer avançado, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e reduzir a fadiga. Apesar do achado encorajador, precisamos de mais estudos para comprovar a eficácia da unha-de-gato", ressalta Giglio.

Os pacientes, de maneira geral, não apresentaram efeito colateral. "De forma geral, a medicação foi bem tolerada por nossos pacientes e não houve nenhum tipo de efeito colateral. Porém o medicamento não deve ser usado sem orientação médica, porque, mesmo sendo um fitoterápico não o exime de ter efeitos colaterais e interação (reação) com outros tratamentos", alerta.

De acordo com o oncologista, a fadiga relacionada ao câncer é um sintoma comum em pacientes com câncer e uma das queixas mais frequentes nos consultórios. Não existe tratamento padrão e eficaz para o problema, que é reportado como fator de maior impacto nas atividades diárias dos doentes, com reflexo importante na qualidade de vida.