Vítimas de agressão no Carnaval terão apoio no Hospital da Mulher do Recife

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 21/02/2017 às 13:59
Serviço de atenção à mulher vítima de agressão, inaugurado em julho passado, funcionará 24 horas por dia no Carnaval (Foto: Inaldo Santos / PCR)
Serviço de atenção à mulher vítima de agressão, inaugurado em julho passado, funcionará 24 horas por dia no Carnaval (Foto: Inaldo Santos / PCR) FOTO: Serviço de atenção à mulher vítima de agressão, inaugurado em julho passado, funcionará 24 horas por dia no Carnaval (Foto: Inaldo Santos / PCR)

Mulheres de todo o Estado que sofrerem algum tipo de agressão durante este Carnaval poderão contar com o atendimento do Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência - Sony Santos. O serviço, localizado no Hospital da Mulher do Recife (HMR), no Curado, Zona Oeste da capital pernambucana, funcionará 24 horas por dia, durante toda a folia de Momo.

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Segundo a Prefeitura do Recife (PCR), responsável pela gestão da unidade, o centro dispõe de uma equipe multidisciplinar de profissionais - a exemplo de médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. O serviço realiza desde atendimento médico até elaboração de boletim de ocorrência e perícia do Instituto Médico Legal (IML).

A estrutura física conta com dois consultórios, salas para atendimento psicológico, serviço social e sala de atividades, além de duas suítes para as pacientes, quarto de repouso para os profissionais, banheiros, posto de enfermagem e recepção. Ainda na parte interna, chama a atenção pinturas e frases de encorajamento e apoio, feitas voluntariamente pelo artista plástico Rafa Matos.

Para divulgar as ações do Centro, cartazes com informações sobre o serviço e contatos serão afixados em pontos de atuação da Prefeitura do Recife, como a Central do Carnaval, pólos de animação, Terminal Integrado de Passageiros (TIP) e Aeroporto Internacional do Recife.

O Serviço

O Centro de Atenção à Mulher Vítima de Violência – Sony Santos foi inaugurado em 15 de julho de 2016. O serviço recebeu este nome em homenagem à militante do movimento negro Sony Santos, mestra em Vigilância em Saúde pela UPE, pesquisadora e referência tanto em saúde da população negra, quanto em violência contra a mulher e DST/Aids. Coordenadora da Política da Saúde da População Negra do Recife, Sony Santos, faleceu em 12 de março de 2016.

A unidade atende mulheres vítimas de qualquer tipo de agressão e funciona num prédio anexo ao HMR. O atendimento mantém a confidencialidade necessária nesses casos. No serviço, além do atendimento de saúde e psico-social, a mulher vítima de violência física e/ou sexual, tem à disposição o registro policial, se ela desejar; e a perícia do legista, caso necessário. Essa integração entre os serviços é resultado de uma parceria entre a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Defesa Social.

Na forma tradicional, a mulher agredida busca uma unidade de saúde para atendimento médico; depois se dirige até a delegacia para registrar a ocorrência; e, em seguida, vai para o IML, onde faz o exame de corpo de delito. Neste caminho, muitas acabam desistindo da denúncia, por vários motivos. Constrangimento por precisar contar a mesma história várias vezes, exaustão após um trauma intenso e, até mesmo falta de recursos financeiros para os deslocamentos.

O resultado é a subnotificação das agressões, o que leva à impunidade e perpetua a violência contra a mulher, segundo avaliam os especialistas. Com a integração dos serviços num único espaço – como é o caso do Sony Santos, a expectativa é que o problema diminua.