Ultrassonografia das carótidas é uma aliada na prevenção e tratamento do AVC

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 14/02/2017 às 16:40
Exame analisa o fluxo sanguíneo das carótidas, apontando possíveis obstruções dos vasos (Foto ilustrativa: Pixabay)
Exame analisa o fluxo sanguíneo das carótidas, apontando possíveis obstruções dos vasos (Foto ilustrativa: Pixabay) FOTO: Exame analisa o fluxo sanguíneo das carótidas, apontando possíveis obstruções dos vasos (Foto ilustrativa: Pixabay)

Nos últimos dias, o acidente vascular cerebral (AVC) virou destaque nos noticiários em virtude do falecimento da ex-primeira dama Marisa Letícia, que foi internada no dia 24 de janeiro com os sintomas da doença, popularmente conhecida como derrame cerebral. A mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não resistiu às complicações e morreu, aos 66 anos, no dia 3 de fevereiro.

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Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que, a cada ano, seis milhões de pessoas são acometidas pelo AVC no mundo. Já no Brasil, são registradas cerca de 68 mil mortes anualmente. Por isso, a prevenção ainda é o melhor remédio para combater o problema. Atualmente, a ultrassonografia com doppler colorido das carótidas (cada uma das artérias localizadas no pescoço que irrigam a cabeça) tem conquistado espaço de destaque nessa área em virtude da sua capacidade de detecção precoce, quantificação e detalhamento da doença oclusiva.

A ocorrência de um acidente vascular cerebral se dá por alguns mecanismos: o acúmulo de placas de gordura na parede das carótidas, como citado anteriormente, reduz a passagem de sangue oxigenado pelo vaso e leva a formação de coágulos que obstruem o fluxo local; outra forma seria através de uma porção da placa de gordura ou de coágulos formados que se desprendem e seguem na corrente sanguínea até alguma artéria do cérebro, bloqueando o fluxo da mesma.

"Com o estudo dopplerfluxométrico das carótidas é possível observar com clareza se existe obstrução ou sinais de alerta para que o paciente seja devidamente acompanhado e instituído o tratamento assertivo. É uma técnica rápida, não invasiva, reprodutível e segura para o diagnóstico vascular, implicando diretamente na prevenção e no manejo das doenças cerebrovasculares", explica o radiologista Ricardo Maranhão Filho, da Lucilo Maranhão Diagnósticos. O Doppler ainda ajuda a detalhar a velocidade do fluxo sanguíneo, determinante para a verificação da existência de elementos obstrutivos das artérias, e também o sentido desse fluxo.

Segundo o especialista, o exame não necessita do uso de radiação. O procedimento é simples, indolor e não oferece riscos ao paciente, uma vez que a ultrassonografia utiliza “ondas de som” de alta frequência para gerar imagens do interior das artérias carótidas, localizadas em cada lado do pescoço. "As carótidas são como se fossem canos, e os depósitos de gordura ficam aderidos na parte interna de suas paredes, lentificando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro do paciente", ressalta o radiologista.