Viroses se tornam mais comuns com a volta às aulas. Saiba como proteger as crianças

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 11/02/2017 às 9:10
"Sou cuidadosa com vacinas e alimentação. Alice adoeceu mais no 2º semestre do ano passado, mas menos que o meu 1º filho, quando tinha a idade dela", diz a engenheira ambiental Roberta Falcão, 39, mãe de Alice, 3, e Rafael, 6 (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)
"Sou cuidadosa com vacinas e alimentação. Alice adoeceu mais no 2º semestre do ano passado, mas menos que o meu 1º filho, quando tinha a idade dela", diz a engenheira ambiental Roberta Falcão, 39, mãe de Alice, 3, e Rafael, 6 (Foto: Diego Nigro/JC Imagem) FOTO: "Sou cuidadosa com vacinas e alimentação. Alice adoeceu mais no 2º semestre do ano passado, mas menos que o meu 1º filho, quando tinha a idade dela", diz a engenheira ambiental Roberta Falcão, 39, mãe de Alice, 3, e Rafael, 6 (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

Todo início de ano letivo, quem tem filho pequeno (com até 3 anos) em colégio ou creche já deve ter escutado a seguinte frase – ou algo parecido: “São 15 dias na escola e outros 15 em casa”. Os médicos são unânimes ao confirmar que, no ambiente que proporciona socialização, as crianças dessa faixa etária adoecem mais do que as que não vão à escola. “Entre 1 e 3 anos, é esperado que elas tenham de seis a 11 infecções respiratórias por ano. Quando entram na escolinha ou na creche, essa frequência quase dobra. Assim, algumas chegam a ter 22 infecções respiratórias anualmente”, informa o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe).

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E não são apenas as infecções virais que podem aparecer. Também existem as bacterianas. Nem por isso a turminha deve se afastar totalmente da sala de aula. Há uma série de dicas que a família pode seguir para evitar o risco. “Reforçamos a importância de alimentação adequada, rica em vitaminas, com frutas e legumes. Se o lanche da escola for coletivo, a família pode conversar com a escola sobre cardápio e preparo dos alimentos”, frisa o pediatra. Ele acrescenta que água é o melhor fluidificante das vias aéreas. “Não inventaram outra coisa melhor para reduzir secreção. Para as crianças pequenas, recomenda-se de 500 ml a 1 litro de água por dia.”

Outra atitude preventiva é a limpeza nasal com solução salina. Usado pelo menos três vezes ao dia, mesmo na ausência de gripes e resfriados, o soro diminui a chance de transmissão de vírus e bactérias, segundo Eduardo Jorge. O pediatra ainda alerta para a importância de manter a carteira de vacinação atualizada.

"No 1º ano na escola, Miguel gripava a cada 15 dias. No 2º semestre, adoeceu menos. Entre os cuidados, está o cartão de vacinas atualizado", conta a advogada Anne Karenine Santa Cruz, 35, mãe de Miguel, 2, e de Gabriel, 4 (Foto: Diego Nigro/JC Imagem) "No 1º ano na escola, Miguel gripava a cada 15 dias. No 2º semestre, adoeceu menos. Entre os cuidados, está o cartão de vacinas atualizado", conta a advogada Anne Karenine Santa Cruz, 35, mãe de Miguel, 2, e de Gabriel, 4 (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

Na lista de recomendações, há mais uma que não deve ser menosprezada: criança doente, que amanhece com febre e tosse não deve ir à escola ou creche até melhorar. A vigilância deve ser reforçada em casa. “É preciso acompanhar a temperatura corporal e levá-la para ser avaliada pelo pediatra. Pode se tratar de um simples resfriado, mas também ser uma doença que exige tratamento específico”, salienta Eduardo Jorge. Para se ter ideia de como os pequenos são vulneráveis, uma criança resfriada que frequenta a escola contamina, no mínimo, quatro coleguinhas, de acordo com o pediatra.

O ideal é manter atenção redobrada, mas sem pânico. “A maioria das infecções respiratórias é autocurada. Aumento da ingestão de líquido, uso de analgésico, antitérmico e soro fisiológico para limpeza nasal são orientações que servem para essas situações”, diz Eduardo Jorge. Nesse contexto, repetir a máxima nunca é demais: qualquer tratamento deve ser prescrito e acompanhado pelo pediatra.