Durante todo o ano de 2016, o Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa, no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no Recife, realizou 1.451 atendimentos a mulheres vítimas de violência. Desse total, 371 casos foram de primeiros atendimentos; os demais, retornos para acompanhamento clínico, social e psicológico. Do número de mulheres, 119 (32%) chegaram ao serviço após 72 horas do ocorrido, o que impossibilita alguns procedimentos, principalmente no caso de violência sexual.
"Sabemos que esse é um momento de vulnerabilidade para a mulher. Por isso, precisamos divulgar que o Wilma Lessa funciona 24 horas por dia, todos os dia da semana, para acolher esse público e oferecer todo o suporte de saúde, mantendo o sigilo necessário para cada tipo de caso", afirma a coordenadora do Wilma Lessa, Mayara Mendes. Ela ressalta a importância de se procurar a unidade o quanto antes, principalmente em caso de violência sexual, já que o uso das medicações profiláticas de prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis e gravidez devem ser feitas com até 72 horas após a violência.
Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa fica no Hospital Agamenon Magalhães, no Recife (Foto: SES/Divulgação)
No serviço, que atende o público feminino a partir dos 12 anos, a mulher conta com o apoio de uma equipe multiprofissional formada por médico, enfermeiro, psicólogo e assistente social para atender casos de violência doméstica e sexual. "O acompanhamento pode durar até 8 meses no caso de violência sexual. Esse é o tempo necessário para a realização de todos os exames e para que a paciente seja tratada por toda a equipe multiprofissional", ressalta Mayara. No caso de assistência social e psicológica, esse período pode ultrapassar, a depender da necessidade e disponibilidade de cada paciente.
Números
- 371 mulheres (primeiro atendimento) procuraram o Wilma Lessa em 2016
- 273 recorreram ao serviço porque sofreram violência sexual, 32 violência física, 62 violência sexual e física e 4 passaram por ameaça e violência verbal
- 110 mulheres de 12 a 18 anos; 256 de 19 a 59 anos; 5 mulheres idosas (acima de 60 anos)
Aborto
Seguindo o protocolo de atendimento às mulheres vítimas de violência, estabelecido pelo Ministério da Saúde, e também ao que determina o Código Penal brasileiro, que dá à mulher vítima de violência o direito em decidir pela continuidade ou não da gestação em decorrência do estupro, o Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa também é referência na realização das interrupções gestacionais nos casos em que a lei prevê, garantindo a assistência segura e humanizada às mulheres. Em 2016, 31 mulheres chegaram ao local com demanda para interrupção gestacional relatando violência sexual. Dessas, 23 optaram por realizar o procedimento.
Onde procurar ajuda
Além do Wilma Lessa, que pode atender mulheres de todo o Estado, há outras unidades de saúde municipais e estaduais para atender as mulheres vítimas de violência. Veja a lista abaixo:
- Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam) - Recife
- Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) - Recife
- Hospital da Mulher do Recife - Recife
- Hospital e Maternidade Petronila Campos - São Lourenço da Mata
- Maternidade Arnaldo Marques - Recife
- Policlínica Agamenon Magalhães - Recife
- Maternidade Bandeira Filho - Recife
- Unidade Mista Prof Barros Lima - Recife
- Hospital Jesus Nazareno - Caruaru
- Hospital Regional Inácio de Sá - Salgueiro
- Hospital Dom Malan - Petrolina
- Hospital Professor Agamenon Magalhães - Serra Talhada