Tem alguma dúvida sobre a vacina contra a febre amarela? Confira as recomendações

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 20/01/2017 às 18:52
Segundo Ministério da Saúde, vacinação contra a febre amarela apresenta cerca de 95% de eficácia (Foto: Ricardo B. Labastier / JC Imagem)
Segundo Ministério da Saúde, vacinação contra a febre amarela apresenta cerca de 95% de eficácia (Foto: Ricardo B. Labastier / JC Imagem) FOTO: Segundo Ministério da Saúde, vacinação contra a febre amarela apresenta cerca de 95% de eficácia (Foto: Ricardo B. Labastier / JC Imagem)

O ano de 2017 começou com um alerta para os brasileiros: o surto de febre amarela no País. Até esta sexta-feira (20), o estado de Minas Gerais confirmou 47 casos da doença. Deste número, 25 evoluíram para óbito. Em relação ao Espírito Santo, o estado informou até o momento 11 casos suspeitos e nenhum confirmado para febre amarela. Considerada uma enfermidade sazonal, com maior incidência entre dezembro e maio, a vacinação é o método mais importante para prevenção e controle da febre amarela.

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Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (MS), Carla Domingues, a vacinação contra a febre amarela apresenta cerca de 95% de eficácia. Porém, como em qualquer vacina ou medicamento, pode causar algumas reações adversas. Portanto, mesmo em um momento de intensificar as ações de vigilância da febre amarela, é necessário orientar a população quanto à necessidade de se vacinar.

A especialista esclareceu as principais questões sobre o assunto para o Blog da Saúde, da pasta de saúde federal. Confira:

1. Qual o esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde para a febre amarela?

O esquema da febre amarela é de duas doses, tanto para adultos quanto para crianças. As crianças devem receber as vacinas aos nove meses e aos quatro anos de idade. Assim, a proteção está garantida para o resto da vida. Para quem não tomou as doses na infância, a orientação é de uma dose da vacina e outra de reforço, dez anos depois da primeira. As recomendações são apenas para as pessoas que vivem ou viajam para as áreas de recomendação da vacina. A população que não vive na área de recomendação ou não vai se dirigir a essas áreas não precisa buscar a vacinação neste momento.

2. No momento, com os casos confirmados no estado de Minas Gerais, há mudança na indicação da vacina contra a febre amarela?

Não há mudança no esquema de vacinação. Devem se vacinar contra a febre amarela apenas pessoas que moram nas áreas de recomendação da vacina ou que viajam para essas localidades e que estão com o esquema de vacinação incompleto, ou seja, quem não tomou as duas doses recomendadas pelo Ministério da Saúde. Para adultos que tomaram a primeira dose há menos de dez anos, também não há necessidade de adiantar a dose de reforço.

3. Para quem já tomou duas doses da vacina e mora nas áreas de recomendação, uma terceira dose significa mais proteção?

As duas doses são o suficiente para proteger durante toda a vida. Uma terceira dose não vai criar nenhuma proteção adicional. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma única dose para toda a vida. O Brasil, buscando uma maior segurança, adota o esquema de duas doses. Portanto, quem recebeu duas doses, na infância ou na fase adulta, já está devidamente protegido e não precisa buscar o serviço de saúde.

4. E para quem perdeu o cartão de vacinação e não tem conhecimento da própria situação vacinal, qual a orientação?

Quem perdeu o cartão de vacinação deve procurar o serviço de saúde que costuma frequentar e tentar resgatar o histórico. Caso isso não seja possível, a recomendação é iniciar o esquema normalmente. Portanto, pessoas a partir de cinco anos de idade que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação devem receber a primeira dose da vacina e um reforço, dez anos depois. Essa recomendação é apenas para as áreas de recomendação da vacina. Vale destacar a situação de saúde deve ser informada ao profissional de saúde, para que seja possível avaliar se há contraindicação.

5. Quais são as contraindicações para a vacina da febre amarela?

A vacina é contraindicada para crianças menores de seis meses, idosos acima dos 60 anos, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação para estes grupos, levando em conta o risco de eventos adversos.

6. Qual a orientação para turistas estrangeiros que visitam as áreas de recomendação de vacina no Brasil?

Para turistas que forem se dirigir a uma área com recomendação de vacina - tanto estrangeiros quanto brasileiros – e que não completaram o esquema de duas doses, a recomendação é que seja vacinado pelo menos dez dias antes da viagem, que é o tempo que a vacina leva para criar anticorpos e a pessoa estar devidamente protegida. Quem tomou a primeira dose há menos de dez anos não precisa adiantar o reforço.

7. No caso das crianças que vão iniciar o esquema, existe algum risco em receber a febre amarela junto com outras vacinas?

A vacina para febre amarela não deve ser aplicada ao mesmo tempo que a vacina tríplice viral (que protege contra sarampo, rubéola e caxumba) ou tetra viral (que protege contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Se a criança tiver alguma dose do Calendário Nacional de Vacinação em atraso, ela pode tomar junto com a febre amarela, com exceção da tríplice viral ou tetra viral. A criança que não recebeu a vacina para febre amarela nem a tríplice viral ou tetra viral e for atualizar a situação vacinal, a orientação é receber a dose de febre amarela e agendar a proteção com a tríplice viral ou tetra viral para 30 dias depois.