Mutirão da Operation Walk Chicago realizará cirurgias gratuitas no Hospital Dom Helder Camara

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 19/01/2017 às 16:46
Operation Walk Chicago é uma organização internacional que presta serviços voluntários no tratamento
para pacientes com necessidade de reposição articular em países em desenvolvimento (Foto: operationwalkchicago.com)
Operation Walk Chicago é uma organização internacional que presta serviços voluntários no tratamento para pacientes com necessidade de reposição articular em países em desenvolvimento (Foto: operationwalkchicago.com) FOTO: Operation Walk Chicago é uma organização internacional que presta serviços voluntários no tratamento para pacientes com necessidade de reposição articular em países em desenvolvimento (Foto: operationwalkchicago.com)

A Operation Walk Chicago, organização norte-americana que presta serviços voluntários no tratamento de pacientes carentes com problemas nas articulações, aportará pela primeira vez no Brasil. E o lugar escolhido para as intervenções cirúrgicas foi o Hospital Dom Helder Camara, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife. Ao todo, serão cinco dias de mutirão, a partir deste domingo (21), para atendimento de 40 pessoas com indicação de artroplastia de quadril - procedimento cirúrgico que substitui a articulação da região por um implante metálico - na unidade de saúde.

A equipe contará com 53 profissionais (entre cirurgiões, fisioterapeutas e enfermeiros) diretamente ligados aos procedimentos, que visam não apenas a reposição articular das áreas comprometidas, mas também na melhora da qualidade de vida.

Os pacientes foram previamente selecionados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), com crivo do médico Júlio e Arraes (e equipe), responsável local pela área médica da missão. Além de estar na lista de espera do Sistema Único de Saúde (SUS), os escolhidos precisavam preencher os seguintes requisitos: não ter seguro-saúde, não se qualificar para cobertura de saúde estatal ou ser incapaz de pagar a cirurgia por conta própria. Pacientes egressos do Centro de Reabilitação Mens Sana, da Fundação Terra, em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, também serão operados durante o mutirão, e terão o tratamento de reabilitação continuado no Mens Sana.

A iniciativa de trazer um equipe da organização, que conta com renomados especialistas da comunidade ortopédica internacional, para a capital pernambucana partiu do empreendedor Marcos Roberto Dubeux (e família) com suporte da companhia Cone S/A, Condomínio de Negócios. Há cerca de dois anos, Marcos Roberto recebeu diagnóstico de indicação cirúrgica para um problema de joelho. E, por recomendação, chegou a um profissional de Chicago que participa da missão. Desde então, o empresário pernambucano nutria vontade e esforços para trazer o mutirão ao Estado.

imagem2-748 Por causa dos custos de equipamentos e da complexidade, as operações tornam-se caras, e raras, em comunidades de baixa renda (Infográfico: Divulgação / Operation Walk Chicago)

Nessa primeira etapa, as cirurgias apenas substituirão a articulação do quadril. Esses procedimentos podem viabilizar uma segunda vinda do Operation Walk, ainda em 2017, que contemplará pacientes com disfunção articular nos joelhos (outra especialidade da organização). Os procedimentos de implantação de próteses em quadril e joelho são considerados os de melhor custo-benefício disponível, em relação às cirurgias ortopédicas, pois transformam vidas, reduzindo dor e recolocando pacientes em uma rotina de vida ativa. No entanto, por causa dos custos de equipamentos e da complexidade, as operações tornam-se caras, e raras, em comunidades de baixa renda.

Um grupo de voluntários também contribuiu com a vinda do Operation Walk Chicago a Pernambuco: a MAP Import; Severien Andrade Alencar Advocacia; Ventana Serra Logística; e Elo Comércio Exterior. O governo de Pernambuco também participou da mobilização para trazer a Operation Walk ao Estado, com a infra-estrutura hospitalar, apoio institucional e viabilização da importação dos equipamentos, doados pela Stryker, fabricante norte-americana de próteses, empresa parceira da entidade.

O projeto conta ainda com o apoio de órgãos como Itamaraty, Ministério da Indústria e Comércio Exterior, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Receita Federal e o Consulado Americano no Recife.

imagem3-748 Primeiros procedimentos podem viabilizar uma segunda vinda do Operation Walk, ainda em 2017, que contemplará pacientes com disfunção articular nos joelhos (Infográfico: Reprodução / Operation Walk Chicago)

Simpósio acadêmico

Assim como ocorre nas cidades por onde o Operation Walk passa com suas missões humanitárias, haverá um simpósio acadêmico em Pernambuco. O encontro deve reunir médicos da rede estadual presentes no evento. Serão abordados nos debates e mesa-redonda temas como: patologias de quadril, reabilitação e gerenciamento da dor.

O encontro acontecerá no dia 27 de janeiro, no auditório da Secretaria Estadual de Saúde (SES), no bairro do Bongi, Zona Oeste do Recife das 9h às 12h30. o evento será transmitido para as doze regiões do Estado através de vídeo-conferência.

A entidade

A Operation Walk é uma organização privada, sem fins lucrativos, que presta serviços médicos voluntários. Fundada há 20 anos nos Estados Unidos pelo médico Lawrence D. Dorr, pioneiro na cirurgia de substituição articular, possui atualmente 15 versões espalhados pelo país, incluindo a Operation Walk Chicago.

A entidade em Chicago foi fundada em 2005 pelos médicos David Stulberg e Victoria Brander, que estarão presentes na iniciativa em Pernambuco. A entidade tem realizado dezenas de cirurgias na China, Equador, Índia, Vietnã, Nepal e os Estados Unidos.