Em Pernambuco, 177,9 mil meninos devem ser vacinados contra HPV

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 06/01/2017 às 11:28
Em Pernambuco, 174.670 meninos com 12 e 13 anos estão aptos a receber a vacina contra HPV (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem)
Em Pernambuco, 174.670 meninos com 12 e 13 anos estão aptos a receber a vacina contra HPV (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem) FOTO: Em Pernambuco, 174.670 meninos com 12 e 13 anos estão aptos a receber a vacina contra HPV (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem)

Postos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) de Pernambuco já vacinam meninos contra HPV. Em todo o Estado, 174.670 meninos com 12 e 13 anos, além de 3.312 jovens que vivem com HIV/aids, estão aptos a receber a vacina. Até o ano passado, essa imunização era feita apenas em meninas. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de imunizações. A faixa etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos entre 9 e 13 anos.

O Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) reforça que estudos no mundo comprovam que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento da vida. Esse percentual pode ser ainda maior em homens, segundo o instituto.

 

No Recife

Fator de risco para o câncer do colo do útero, o papilomavírus humano (HPV) também pode causar lesões apresentadas como verrugas no pênis (normalmente na glande), bolsa escrotal, região pubiana e ânus. Essas lesões também podem aparecer na boca e na garganta em ambos os sexos. Por isso, a vacinação contra o HPV começa a ser oferecida para os meninos com 12 e 13 anos na rede pública de saúde. No Recife, a imunização está disponível nas Unidades de Saúde da Família (incluindo Upinhas), Unidades Básicas Tradicionais e Policlínicas da rede municipal.

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"A vacinação contra HPV entrou no calendário do adolescente. Agora, faz parte da rotina", salienta a coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel. Ou seja, as famílias não precisam esperar por campanhas para levar os adolescentes às unidades de saúde. Os meninos serão imunizados em duas doses (a segunda após seis meses da primeira). É o mesmo esquema que já funciona com as meninas. "É importante respeitar o intervalo correto entre as doses. Se a segunda dose for atrasada, não é preciso recomeçar o esquema vacinal. Mas o recomendado é respeitar o tempo adequado entre as aplicações para uma melhor resposta da vacina", reforça Elizabeth.

Brasil

A expectativa é imunizar, em todo o País, mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos vivendo com HIV/aids, que também passarão a receber as doses. Para isso, o Ministério da Saúde adquiriu seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões.

Outra novidade é a inclusão das meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses indicadas. A estimativa é de que 500 mil adolescentes brasileiras estejam nessa situação. Até o ano passado, a faixa etária para o público feminino era de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no Calendário Nacional, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal. Esse quantitativo corresponde a 46% do total de brasileiras nesta faixa etária.

“É muito importante que os pais tenham a consciência de que a vacinação começa na infância, mas deve continuada na adolescência. Pais e responsáveis devem ter, com os adolescentes, a mesma preocupação que têm com as crianças. A proteção vai ser muito maior se nós ampliarmos, cada vez mais, o calendário de vacinação da nossa população”, ressaltou a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Carla Domingues.