De zika a sífilis: Saiba quais doenças mais preocuparam os pernambucanos em 2016

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 30/12/2016 às 16:19
Entre as doenças que colocaram Pernambuco em estado de alerta estão a zika, chicungunha e dengue, arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegpyti (Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem)
Entre as doenças que colocaram Pernambuco em estado de alerta estão a zika, chicungunha e dengue, arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegpyti (Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem) FOTO: Entre as doenças que colocaram Pernambuco em estado de alerta estão a zika, chicungunha e dengue, arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegpyti (Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem)

Ao longo deste ano, pernambucanos ficaram em estado de alerta para diversas doenças registradas no Estado. Desde a repercussão dos primeiros casos de microcefalia associados à zika, ainda em 2015, até o aumento preocupante nos registros de sífilis, 2016 nos deixou uma grande lição: a importância de cuidar da saúde, seja deixando em dia a caderneta de vacinação até a adoção de hábitos que podem ajudar a eliminar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chicungunha e zika.

Listamos as maiores preocupações da população pernambucana - e de outros Estados brasileiros - nos últimos doze meses.

Confira:

1. Arboviroses

Ao longo de 2016, os sintomas da zika, chicungunha e dengue - arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegpyti - colocou em alerta o Estado, que também assistiu a um aumento de casos de microcefalia (associada à infecção pelo zika na gestação). Até o dia 6 de agosto, foram confirmados em Pernambuco 11.458 casos de arboviroses, sendo 8.445 de dengue, 2.973 de chicungunha e 40 de zika. O número de casos notificados foi considerado sob controle, na capital, a partir da semana 24 (ou 12 de junho), representando o fim da epidemia no Recife. Mas vale lembrar que, segundo levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde no fim de novembro deste ano, Recife e outras oito capitais estão em situação de alerta para surto dessas doenças. E mais de um ano depois dos primeiros registros de microcefalia, as famílias ainda lidam com as dúvidas sobre a malformação congênita que continua a desafiar a ciência.

2. Gripe influenza A (H1N1)

Este ano, a gripe influenza A (H1N1) se manifestou mais cedo em diversos pontos do País, o que fez muitas pessoas lotarem postos de saúde e clínicas de vacinação em busca de imunização para se proteger contra os agravamentos do H1N1. O vírus dessa gripe não se manifesta apenas no nariz e na garganta e sim em toda a árvore respiratória - na traqueia, brônquios e eventualmente nos pulmões. Portanto, é uma doença de maior intensidade. Este ano, em Pernambuco, foram confirmados 62 casos graves de H1N1. Foram mais de dez mortes no Estado relacionadas à doença. A vacina contra a gripe influenza terá uma reformulação no próximo ano devido a alterações genéticas do vírus.

3. Sífilis

Em 2015, Pernambuco já havia registrado um aumento expressivo no número de casos de sífilis, doença infectocontagiosa e transmissível. Este ano, até o começo de novembro, o número de casos da doença já havia ultrapassado todo o número de casos em 2015. Enquanto, em 2015, foram registrados 1.216 casos desse tipo da doença, foram notificados nos primeiros nove meses de 2016 um total de 1.661 casos. A doença tem cura, em qualquer estágio. Vale lembrar que o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento correto.

4. Caxumba

O Ministério da Saúde registrou ao longo de 2016 diversos surtos de caxumba no País. Doença viral aguda caracterizada por febre, dor e aumento de volume de uma ou mais glândulas salivares, a caxumba ocorre principalmente em crianças ou adolescentes. O aumento do número de ocorrências de caxumba em adultos acendeu o sinal de alerta para a importância da vacinação contra a doença. A vacina tríplice viral é a responsável por proteger a população contra a caxumba, o sarampo e a rubéola. De acordo com o calendário de vacinação brasileiro, ela deve ser aplicada nas crianças aos 12 meses. Após essa dose, é feito um reforço aos 15 meses com a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela).

5. Meningite

Casos de meningite em 2016 sensibilizaram a população em Pernambuco. O assunto veio à tona depois da morte, em abril, de uma criança de 11 anos, que estava internada com suspeita de meningite pneumocócica no Hospital Correia Picanço, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. A doença define um processo inflamatório das meninges, as membranas que envolvem o cérebro. Quadros mais graves da doença podem evoluir rapidamente, causando diversas complicações, além do risco de morte. Entre as medidas de prevenção, estão as vacinas. Outras formas de prevenção incluem: evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos.

6. Esquistossomose

Conhecida como a segunda doença parasitária mais devastadora, atrás apenas da malária, a esquistossomose foi associada à morte de 133 pessoas no ano passado em Pernambuco. O Estado amargou o primeiro lugar no número de óbitos relacionados à doença. A infecção é causada pelo verme parasita da classe Trematoda. Entre os sintomas da doença, dores abdominais, náuseas, vômitos e tosse seca. Uma nova etapa de estudos, neste mês de dezembro, desenvolvido pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) para a vacina contra a doença é vista como um avanço para o enfrentamento da enfermidade.