Número de transplantes cresceu 7% em Pernambuco. Recusa da família ainda é entrave para doação de órgãos

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/12/2016 às 15:42
De janeiro a novembro, Estado registrou 1.308 transplantes. Durante todo o ano de 2015, foram realizados 1.348 procedimentos (Foto: Free Images)
De janeiro a novembro, Estado registrou 1.308 transplantes. Durante todo o ano de 2015, foram realizados 1.348 procedimentos (Foto: Free Images) FOTO: De janeiro a novembro, Estado registrou 1.308 transplantes. Durante todo o ano de 2015, foram realizados 1.348 procedimentos (Foto: Free Images)

Entre janeiro e novembro deste ano, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) realizou 1.308 transplantes, sendo 34 de coração, 104 de fígado, 254 de rim, 6 de rim/pâncreas, 726 de córnea, 178 de medula óssea e 6 de válvula cardíaca. O número é 7% maior que o registrado no mesmo período de 2015, com 1.222 transplantes. Apesar do aumento, a recusa de familiares em autorizar a doação de órgãos de parentes que tiveram a morte encefálica constatada ainda é um entrave para esse gesto que pode salvar inúmeras vidas.

Entre agosto e outubro deste ano, entre 50% e 60% das potenciais doações não foram efetivadas por causa da recusa familiar, principal entrave para ampliar o número de doações. “Quando um ente querido demonstra a vontade de doar órgãos, na hora da morte, o familiar entende que aquele é seu último desejo e tende a atendê-lo. Por isso a importância de conversamos sobre o assunto, tirarmos as dúvidas. Esse é um ato que pode salvar muitas vidas. Uma única pessoa pode tirar até sete pessoas da fila de espera”, afirma a coordenadora de Descentralização da CT-PE, Domany Cavalcanti. No Brasil a doação só pode ser efetivada com a autorização de um parente de até segundo grau.

Queda

Apesar do aumento no número total, a CT-PE ressalta que houve uma queda no número de transplantes de órgãos sólidos (rim, rim/pâncreas, fígado e coração). “Os pacientes em fila de espera por um rim ainda tem a hemodiálise para substituir as funções vitais do órgão. Já no caso do coração e do fígado, o transplante é urgente para que os pacientes possam continuar a viver”, ressalta Domany.

Atualmente, 1.188 pacientes aguardam na fila de espera para um transplante, sendo 797 de rim, 283 de córnea, 81 de fígado, 13 de medula óssea, 12 de coração e 2 de rim/pâncreas. Durante todo o ano de 2015, foram realizados 1.348 procedimentos.