CNBB lança em parceria com o Ministério da Saúde campanha de prevenção à Aids

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/11/2016 às 16:26
Campanha “Nós Podemos Construir um Futuro sem Aids” incentiva o diagnóstico precoce e o tratamento do HIV/Aids (Foto: Reprodução / Internet)
Campanha “Nós Podemos Construir um Futuro sem Aids” incentiva o diagnóstico precoce e o tratamento do HIV/Aids (Foto: Reprodução / Internet) FOTO: Campanha “Nós Podemos Construir um Futuro sem Aids” incentiva o diagnóstico precoce e o tratamento do HIV/Aids (Foto: Reprodução / Internet)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Pastoral da Aids, lançou nesta terça-feira (29), em parceria com o Ministério da Saúde, a campanha “Nós Podemos Construir um Futuro sem Aids”, iniciativa que incentiva o diagnóstico precoce e o tratamento do HIV/Aids. A ação tem como objetivo disseminar informações sobre a doença, as formas de prevenção e tratamento na comunidade católica, aproveitando o Dia Mundial de Luta contra a Aids, marcado nesta quinta-feira (1º).

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A campanha contará com o apoio de 11 mil paróquias em todo o País. Protagonizada pela cantora Fafá de Belém, que participou de forma voluntária na produção, a campanha é composta por filme para televisão, mini doc e depoimentos que falam de prevenção, tratamento, estigma e preconceito, além das peças gráficas; cartaz e folder. Os materiais, produzidos pelo Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, HIV/Aids e Hepatites virais do Ministério da Saúde, serão divulgados em vídeo, rádio, internet e nas celebrações católicas.

“São 11 mil paróquias e milhares de voluntários motivando a testagem, dando acolhimento aos que tiverem teste positivo. É importante ressaltar que o tratamento é gratuito no SUS e que as pessoas devem iniciar esse tratamento o mais rápido possível para conviver melhor com o vírus”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao participar do lançamento da Campanha.

Números da doença

Segundo o Ministério da Saúde (MS), a epidemia da doença no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes, o que representa cerca de 40 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de Aids no País, em 1980, até junho de 2015, foram registrados no País 798.366 casos.

A epidemia tem se concentrado, principalmente, entre populações vulneráveis e os mais jovens. Em 2004, a taxa de detecção entre jovens - de 15 a 24 anos - era de 9,5 casos a cada 100 mil habitantes, o que equivale a cerca de 3,4 mil casos. Já em 2014, esse número foi de 4,6 mil casos, representando um taxa de detecção de 13,4 casos por 100 mil habitantes, um aumento de 41% na taxa de detecção nessa população. Ainda nesta semana, o Ministério da Saúde lançará o novo boletim epidemiológico, com dados nacionais de 2015.

Uma das metas estabelecidas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) é ter 90% das pessoas testadas até 2020. A meta 90-90-90 também tem como objetivo ter 90% da população soropositiva tratada e 90% com carga viral indetectável neste período.

A testagem e o tratamento para HIV são ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS). “Insistimos na importância da proteção e da testagem, já que infelizmente ainda existe uma parcela da população que não sabe que porta o vírus. Nós esperamos que, com essa ajuda da pastoral da Aids, possamos ampliar o número de testes realizados no país”, ressaltou Ricardo Barros.