Receber um diagnóstico de doença metastática (condição em que o tumor sai do local onde começou e vai para outras partes do corpo) sempre traz um peso, mesmo o paciente sabendo que os tratamentos avançaram e aumentam a sobrevida. No caso de câncer de próstata, se a doença desenvolver-se fora da glândula, pode geralmente espalhar-se para os ossos.
“No imaginário coletivo, quando se fala em metástase, é como se estivéssemos nos referindo ao momento de terminalidade do paciente. Isso não é verdadeiro. É uma condição que pode ter várias formas de apresentação e, às vezes, o paciente com metástase tem prognóstico (evolução da doença) melhor do que tem o tumor localizado na próstata”, informa o oncologista Rubens Barros Costa, professor do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
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O tratamento, segundo Rubens Costa, vai depender do local para onde a doença se espalhou. “Outro detalhe é que, se houver metástase de baixo volume, o paciente tem chance de sobrevida maior e de controlar o tumor por um período muito prolongado.” O médico ainda acrescenta que o tratamento do câncer de próstata deve ser discutido de forma multidisciplinar – ou seja, com vários especialistas, como cirurgião, urologista, oncologista e psicólogo. Exames de imagem, como tomografia, ressonância magnética e cintilografia óssea devem ser realizados antes de definir o novo tratamento.
“É comum os pacientes procurarem o oncologista nos casos de metástase e também quando eles são submetidos à retirada da próstata, mas o urologista entende que existe um risco de a doença voltar e se avalia uma conduta terapêutica para diminuir o risco de uma possível recidiva”, ressalta Rubens Costa. É importante reforçar que, quando o câncer atinge os ossos, aliviar a dor e outras complicações é uma parte importante do tratamento.