Mutirão no Hospital das Clínicas avalia a saúde de 150 homens e faz alerta para o câncer de próstata

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 04/11/2016 às 6:30
O motorista Severino Ramos Félix da Silva, 63 anos, é um dos 150 homens que serão examinados no Hospital das Clínicas (Foto: André Nery / JC Imagem)
O motorista Severino Ramos Félix da Silva, 63 anos, é um dos 150 homens que serão examinados no Hospital das Clínicas (Foto: André Nery / JC Imagem) FOTO: O motorista Severino Ramos Félix da Silva, 63 anos, é um dos 150 homens que serão examinados no Hospital das Clínicas (Foto: André Nery / JC Imagem)

Barra - Novembr Azul - CS

Para conscientizar a população masculina sobre a importância da realização periódica de exames capazes de diagnosticar o câncer de próstata, o Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) promove, no dia 19 deste mês, a terceira edição do mutirão de prevenção e detecção da doença. Serão atendidos 150 homens, que já foram selecionados após passar pelo processo de triagem. Todos estão na fase de realização da dosagem do PSA (sigla para antígeno prostático específico, uma substância produzida pelas células da próstata) no sangue. No dia do mutirão, eles também serão submetidos ao exame de toque retal.

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Durante a mobilização, serão avaliados homens acima dos 50 anos e aqueles a partir de 45 anos com antecedentes de câncer de próstata na família. “É importante destacar que o fato de ter um parente com a doença aumenta em seis vezes o risco de desenvolver o tumor ao longo da vida, em comparação com a população em geral. E a chance aumenta em dez vezes para quem tem histórico de dois homens na família com câncer de próstata”, esclarece o chefe do Serviço de Urologia do HC, Fábio Vilar.

O motorista Severino Ramos Félix da Silva, 63 anos, é um dos 150 homens que serão examinados no HC. É a quarta vez que ele se submete a avaliações da próstata. “Nos anos anteriores, já fiz o toque retal e ultrassom. Sempre os resultados deram normais. E graças ao mutirão deste ano, me submeti à coleta de sangue, pela primeira vez, para avaliar como está a próstata”, conta Severino, ao se referir à dosagem no PSA, exame que faz parte do rastreamento do câncer. Por acompanhar mensagens disseminadas em campanhas anteriores, ele passou a valorizar as avaliações periódicas com o urologista. “Como não tenho plano de saúde para realizar os exames, a opção é recorrer aos mutirões. Tenho colegas que ainda não entendem a importância do toque. Já expliquei várias vezes como é importante, mas, infelizmente, nem querem saber do exame.”

Além de oferecer atendimento individualizado a 150 homens, o mutirão do HC oferece, pela primeira vez, procedimentos cirúrgicos em pacientes previamente selecionados. “Essa mobilização também é fundamental para diminuir a fila de espera no HC dos pacientes que aguardam cirurgia para tratar o câncer de próstata e a hiperplasia benigna da próstata (condição em que há aumento da glândula)”, explica Fábio.

INCIDÊNCIA

Até o fim do ano, cerca de 61,2 mil brasileiros devem ser acometidos pelo câncer de próstata. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quase 25% dos pacientes ainda morrem por causa do tumor, que é o mais incidente nos homens depois do câncer de pele não melanoma.