Amamentação diminui crises de enxaqueca no pós-parto, diz estudo apresentado no Congresso Pernambucano de Pediatria

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/10/2016 às 10:23
Estudo revelou uma diminuição de 7,5% na recorrência de crises de enxaqueca nas mulheres que amamentavam de forma exclusiva (Foto: Michele Souza/Acervo JC Imagem)
Estudo revelou uma diminuição de 7,5% na recorrência de crises de enxaqueca nas mulheres que amamentavam de forma exclusiva (Foto: Michele Souza/Acervo JC Imagem) FOTO: Estudo revelou uma diminuição de 7,5% na recorrência de crises de enxaqueca nas mulheres que amamentavam de forma exclusiva (Foto: Michele Souza/Acervo JC Imagem)

Por Amanda Rainheri, do Jornal do Commercio

Os benefícios do aleitamento materno vão muito além da promoção do desenvolvimento saudável do bebê. Um estudo apresentado, na quinta-feira (27), durante o 4º Congresso Pernambucano de Pediatria, realizado no Recife, mostra que o aleitamento é capaz de evitar crises de enxaqueca no período pós-parto, em mulheres diagnosticadas com o problema antes da gestação.

Leia também:

BLW: Conheça a prática que dá ao bebê autonomia para comer sozinho e que pode prevenir obesidade

Obesidade e alergias respiratórias ganham destaque no 4º Congresso Pernambucano de Pediatria

Ao todo, participaram do estudo 686 mães, que foram assistidas durante a primeira semana pós-parto, quando os sintomas geralmente aparecem. Dessas, 266 já possuíam o diagnóstico de enxaqueca antes de engravidar. Entre elas, só 7,5% das que amamentavam de forma exclusiva voltaram a ter crises na primeira semana do pós-parto. E entre as que não amamentavam de forma exclusiva, 72,5% relataram enxaqueca.

"Há explicação fisiológica do porquê o aleitamento materno exclusivo previne o retorno da enxaqueca. Existe a proteção porque, no período, não há variação do pico de estrogênio, que é o fator que desencadeia a maioria das enxaquecas com ou sem aura relacionadas ao ciclo menstrual", afirma a pediatra Vilneide Braga, coordenadora do banco de leite do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e presidente do departamento de aleitamento materno da Sociedade de Pediatria de Pernambuco (Sopepe).

CÂNCER DE MAMA

O nível de produção de estrogênio também justifica a prevenção do câncer de mama e de ovários. A cada 12 meses de aleitamento materno, os riscos de aparecimento de um tumor mamário caem em 4,3%. Se estimulado a nível mundial, estima-se que, pelo menos, 20 mil mulheres deixariam de morrer em decorrência do câncer de mama simplesmente pelo ato de amamentar.

Infográfico - amamentação - 28102016