Outubro Rosa: 60 mulheres participam de mutirão de reconstrução mamária em Pernambuco

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 26/10/2016 às 9:24
Tânia Maria da Silva é uma das mulheres que foram selecionadas para participar do mutirão de reconstrução mamária em Pernambuco (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem)
Tânia Maria da Silva é uma das mulheres que foram selecionadas para participar do mutirão de reconstrução mamária em Pernambuco (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem) FOTO: Tânia Maria da Silva é uma das mulheres que foram selecionadas para participar do mutirão de reconstrução mamária em Pernambuco (Foto: Ricardo B. Labastier/JC Imagem)

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Para favorecer a autoestima de mulheres que passaram pela mastectomia (cirurgia de remoção total da mama) para tratar o câncer de mama, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) realiza o 2º Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária, em todo o Brasil, ao longo desta semana. Em Pernambuco, 60 pacientes foram selecionadas para se submeter gratuitamente ao procedimento, que deve ser considerado como parte do tratamento porque é fundamental para resgatar o bem-estar das mulheres.

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“A cirurgia de reconstrução acaba com o estigma da sequela de não ter mama, devolve a autoestima e traz as pacientes para o convívio social e familiar”, diz o presidente da SBCP/Regional Pernambuco, Jairo Zacchê, cirurgião do Esperança Recife, um dos quatro hospitais privados no Estado que realizam os procedimentos durante a mobilização. “Estudos mostram que mulheres que tiveram a mama reconstruída têm menos chance de reaparecimento da doença, retomam o relacionamento afetivo, melhoram o humor e diminuem o estado depressivo”, garante o presidente da SBCP, Luciano Chaves.

A escolha das mulheres para a realização da reconstrução da mama começou a ser realizada em junho. Elas estavam na fila de espera para a cirurgia em instituições da rede pública. Após a seleção inicial, foram realizados exames e avaliação médica. A dona de casa Tânia Maria da Silva, 43 anos, passou pela mastectomia, em 2014, para retirar um câncer da mama direita. Antes da cirurgia, ela já havia se submetido a um procedimento para eliminar nódulos benignos do seio esquerdo, que será reconstruído no próximo sábado. “A gente sente falta de algo quando se olha no espelho e vê algo diferente. Quando soube do mutirão, já aguardava a cirurgia há cerca de um ano e achava que só seria disponibilizada vaga no próximo ano. Então, estou feliz porque vou melhor o aspecto da mama”, relata Tânia.

Infográfico - Reconstrução mamária - 26102016

Em Pernambuco, as reconstruções serão realizadas em hospitais localizados na capital, em Caruaru e em Petrolina. Para os procedimentos programados para este mutirão em todo o Brasil, 500 implantes mamários foram doados pela empresa Eurosilicone. “É a primeira vez que o programa agrega hospitais privados. É um avanço, pois podemos oferecer toda a estrutura sem custo para as pacientes”, frisa Jairo. Na primeira edição do mutirão, em 2012, cerca de 500 mulheres foram atendidas no Brasil – 30 delas em Pernambuco.

DIREITO

Toda mulher com câncer de mama que teve a mama retirada total ou parcialmente, em decorrência do tratamento da doença, tem o direito de realizar cirurgia plástica reparadora. Por lei, o Sistema Único de Saúde (SUS) e os planos de saúde privados são obrigados a realizar essa cirurgia. Segundo dados do Departamento de Informática do SUS (Datasus), a cada 40 minutos nos últimos cinco anos, uma mulher é submetida à cirurgia de remoção dos seios para tratamento de câncer pelo SUS. Mais de 50 mil mulheres por ano passam pela mastectomia radical.

Desde 2013, uma lei obriga o SUS a fazer a cirurgia plástica reparadora da mama logo em seguida à retirada do câncer, quando houver condições médicas. No entanto, 90% das brasileiras com o tumor que passam pelo procedimento no SUS não conseguem a reconstrução imediata do seio.