Chicungunha: Hospital da Mulher do Recife realiza mutirão para pacientes com dores crônicas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/09/2016 às 11:29
Chicungunha pode levar ao comprometimento das articulações por meses e anos (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)
Chicungunha pode levar ao comprometimento das articulações por meses e anos (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem) FOTO: Chicungunha pode levar ao comprometimento das articulações por meses e anos (Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem)

Na próxima quinta-feira (29), a partir das 7h, o Hospital da Mulher do Recife (HMR) realiza um mutirão de consultas para pacientes que tiveram chicungunha e que ainda sofrem com dores crônicas decorrentes da doença. Quarenta e cinco mulheres serão atendidas no Ambulatório de Reumatologia da unidade, onde farão tratamento.

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"A característica clínica mais importante e debilitante da chicungunha é a dor em uma ou mais articulações, comprometendo muitas vezes a qualidade de vida da paciente. Por isso, a necessidade de uma assistência adequada para essas mulheres”, diz a a diretora geral do HMR, Isabela Coutinho.

De acordo com a reumatologista Renata Menezes, quanto mais cedo forem tratadas as manifestações da doença, menor o risco de se evoluir com sequelas. Para receber o atendimento especializado, elas procuraram inicialmente as unidades da atenção básica (Upinhas e postos de saúde), onde foram avaliadas e encaminhadas para o Hospital da Mulher.

Assim como essas pacientes, entre 30% e 40% dos casos de pessoas que têm chicungunha evoluem para a forma crônica da doença, aquela em que há persistência da dor articular, que compromete a qualidade de vida e a realização de atividades simples do dia a dia, como pentear o cabelo ou simplesmente caminhar.

As dores intensas nas articulações dos pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos também podem ser acompanhadas por edemas. Um quadro como esse, segundo os especialistas, exige tratamento medicamentoso, acompanhamento de profissionais de fisioterapia, necessidade de repouso e uso de compressas frias como medida analgésica nas articulações.

“O vírus da chicungunha tem predileção pelo músculo e pela articulação. Isso leva a um processo inflamatório e à lesão articular na fase aguda (no início da infecção e dura cerca de dez dias). Há uma hipótese de que o vírus permanece na articulação, o que justificaria a perpetuação do processo inflamatório por meses após a infecção”, revela o médico Carlos Brito, para explicar por que o sistema de saúde precisa se reorganizar para oferecer tratamento especializado a médio e longo prazo às pessoas que adoecem pelo vírus.

A reumatologista Renata Menezes lista algumas recomendações para pacientes com dores crônicas por causa da chicungunha.

Confira:

1 - Evitar a automedicação. Caso as dores articulares persistam, após a fase aguda, o paciente deve procurar um reumatologista

2 - As medicações só podem ser prescritas por médicos. A dose é ajustada de acordo com a intensidade da dor

3 - Além do tratamento medicamentoso, o paciente pode fazer uso da crioterapia (compressa de gelo)

4 - Exercícios físicos e fisioterapia devem ser supervisionados por profissionais da área