Saúde cardiovascular: Mil corações param de bater diariamente no Brasil

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 24/09/2016 às 7:44
"Hipertensão arterial, diabetes e hipercolesteremia (colesterol muito alto) são o que mais alavancam a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares", diz o cardiologista Pedro Salerno, orientador da Liga Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular da Unicap (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)
"Hipertensão arterial, diabetes e hipercolesteremia (colesterol muito alto) são o que mais alavancam a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares", diz o cardiologista Pedro Salerno, orientador da Liga Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular da Unicap (Foto: Diego Nigro/JC Imagem) FOTO: "Hipertensão arterial, diabetes e hipercolesteremia (colesterol muito alto) são o que mais alavancam a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares", diz o cardiologista Pedro Salerno, orientador da Liga Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular da Unicap (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

"Hipertensão arterial, diabetes e hipercolesteremia (colesterol muito alto) são o que mais alavancam a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares", diz o cardiologista Pedro Salerno, orientador da Liga Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular da Unicap (Foto: Diego Nigro/JC Imagem) "Hipertensão arterial, diabetes e hipercolesteremia (colesterol muito alto) são o que mais alavancam a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares", diz o cardiologista Pedro Salerno, orientador da Liga Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular da Unicap (Foto: Diego Nigro/JC Imagem)

Cerca de mil corações param de bater diariamente no Brasil por falta de cuidados. Só em 2015, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por quase 350 mil mortes no País, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que criou o movimento Movidos pelo Coração, que chama atenção para o combate aos problemas que abalam a saúde cardíaca. Reforçar o alerta sobre fatores de risco associados a doenças que podem ser fatais é uma tarefa colocada em prática para marcar o Dia Mundial do Coração, lembrado na próxima quinta-feira (29).

Hipertensão arterial, diabetes e hipercolesteremia (colesterol muito alto) são o que mais alavancam a probabilidade de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. São condições com papel importante na inflamação do endotélio (camada que reveste os vasos sanguíneos). Dessa maneira, aumenta-se a propensão à formação de placas de gordura, que favorecem o infarto e o acidente vascular cerebral”, explica o cardiologista Pedro Salerno, professor do curso de medicina da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).

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Sem chances para a hipertensão, uma inimiga silenciosa

Ele é orientador da Liga Acadêmica de Cirurgia Cardiovascular da instituição, formada por estudantes de medicina que tem realizado ações educativas para levar uma mensagem importante: “A sociedade precisa entender os efeitos das doenças cardiovasculares para um melhor cuidado. A partir do momento em que conscientizamos as pessoas sobre os problemas que elas têm, elas começam a compreender os benefícios do tratamento, que deve ser contínuo”.

Recentemente os alunos realizaram um evento no Segundo Jardim de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para verificar o grau de conhecimento da população em relação a doenças cardiovasculares. “Todos os 81 participantes do levantamento acertaram que a hipertensão pode ser uma doença silenciosa e muitos (88,7%) sabem que o tratamento é para a vida toda. Percebemos, contudo, que é difícil as pessoas relacionarem a pressão arterial alta e outros fatores de risco, como diabetes e colesterol alto, ao infarto”, ressalta a estudante Raphaella Von Sohsten, presidente da liga.

O depoimento dela remete a um recorte de uma pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha junto à SBC: dos mais de 600 entrevistados que já sofreram um infarto, apenas 2% souberam reconhecer os sintomas, que vão além de dor no peito e podem incluir falta de ar, formigamento no braço, suor frio, náuseas, fraqueza, palidez, tontura e desmaios.

Maria do Desterro passou a caminhar e mudou alimentação para preservar a saúde do coração (Foto: André Nery/JC Imagem) Maria do Desterro passou a caminhar e mudou alimentação para preservar a saúde do coração (Foto: André Nery/JC Imagem)

Levar informações sobre o assunto é valioso porque o fato de as pessoas não reconhecerem sinais de infarto diminui a chance de sobrevivência. “É essencial entender que, se somados, fatores como hipertensão, tabagismo, colesterol alto, estresse, obesidade e sedentarismo levam a uma probabilidade maior de se ter infarto e acidente vascular cerebral”, reforça Pedro Salerno. Além disso, segundo o cardiologista, os cuidados preventivos e o tratamento precisam ser levados a sério, mesmo quando a doença está sob controle. Ou seja, não adianta adotar o fator compensatório: seguir hábitos saudáveis de segunda a sexta-feira e, no fim de semana, abusar da bebida alcoólica e exagerar na alimentação.

EXEMPLO

A empregada doméstica Maria do Desterro do Nascimento, 49 anos, sabe como é importante seguir um cardápio balanceado e fazer atividade física. “Quando passei a caminhar e a melhorar a alimentação, incluindo arroz integral e pouca gordura na dieta, comecei a me sentir melhor e mais disposta. Fiz exames de sangue e ecocardiograma (exame de ultrassom que avalia o funcionamento do coração) há pouco tempo e estava tudo normal”, conta Maria, que reconhece a prevenção como a principal arma para blindar as principais ameaças à saúde do coração.

infográfico - doenças cardiovasculares