Infecções hospitalares: saiba quais as causas e como se combate o problema

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/09/2016 às 11:00
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Imagem de paciente em leito de hospital (Foto: Free Images) Cuidados para combater e prevenir as infecções hospitalares vão desde hábitos adotados pela equipe de saúde nos hospitais até os visitantes de pacientes internados (Foto: Free Images)

O controle de infecções hospitalares - causadas por fungos, bactérias ou vírus depois que o paciente está há mais de 48 horas no hospital ou após procedimentos realizados no local - é uma das grandes preocupações de toda unidade de saúde. O termo atualmente vem sendo substituído pela expressão Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (IRAS). De acordo com Danielly Mouzinho, chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Hospital Jayme da Fonte, a gravidade da infecção depende de fatores diversos, desde a aplicação de vacina intramuscular até as cirurgias de grande porte, como transplantes ou cirurgias cardíacas. O microrganismo causador, o local no corpo em que a infecção se manifesta, a imunidade do paciente e doenças preexistentes também são fatores determinantes na gravidade da infecção.

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O trabalho da CCIH, obrigatória em todos os hospitais brasileiras desde 1998, é controlar os casos de infecções hospitalares e prevenir a ocorrência de novos casos. A dificuldade é neutralizar o próprio ambiente hospitalar, repleto de fontes causadoras como: procedimentos invasivos de sondagem vesical, punção venosa, assistência ventilatória, transfusão sanguínea, nebulização, uso indiscriminado de antibióticos e falta da correta higiene das mãos.

Por isso, a comissão trabalha fazendo a vigilância constante dos pacientes internados, orientando e realizando treinamentos com todos os profissionais, incluindo colaboradores da higienização, copa e até mesmo os que estão frente a frente com os pacientes, como enfermeiros, fisioterapeutas e médicos, notificando e monitorando casos suspeitos de infecção e adotando medidas de controle. "Algumas dessas medidas de controle adotadas no Hospital Jayme da Fonte é o Protocolo de Cirurgia Segura; a Certificação de Fixação Segura, que é a adoção de técnica estéril para fixar o acesso venoso, o que reduz de forma bastante significativa a ocorrência de infecção sanguínea; e um rigoroso controle no CME - Central de Material e Esterilização, garantindo que todos os materiais que vão para as cirurgias estão atendendo a todas as recomendações técnicas da Anvisa", acrescenta.

A profissional também alerta para um fator que vai além dos deveres da CCIH: o cuidado das pessoas que vão visitar pacientes internados. Entre os hábitos essenciais estão: lavar as mãos ao entrar e sair do hospital e antes de tocar no paciente e em seus pertences; evitar tocar nos equipamentos conectados aos pacientes; não levar flores e alimentos para o ambiente hospitalar; não sentar na cama do paciente nem utilizar sua cadeira e mesa de cabeceira; não visitar o paciente se estiver portando alguma doença contagiosa; evitar aglomeração de pessoas no apartamento do paciente e também nos corredores.