Excesso de peso pode aumentar risco de câncer, evidencia estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 10/09/2016 às 17:00
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Imagem de fita métrica (Foto: Free Images) Levantamento apontou que excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de cólon e reto, esôfago, rim, mama, endométrio e útero (Foto: Free Images)

Um estudo realizado por 21 especialistas internacionais reunidos pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (Iarc) e divulgado no fim de agosto confirmou evidências comprovadas anteriormente que o excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de cólon e reto, esôfago, rim, mama, endométrio e útero. Ainda segundo o estudo, há evidências suficientes de que pessoas magras têm menos risco de câncer de fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário, tireoide e mieloma, entre outros tipos.

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No Brasil, o Centro de Excelência contra a Fome, do Programa Mundial de Alimentos (PMA), alertou recentemente que o sobrepeso em adultos chegou a um patamar de 54% atualmente, enquanto a obesidade está em 20%, com tendência de crescimento. Estimativas de 2014 apontam que 10,8% dos homens, 14,9% das mulheres e 5% das crianças sofriam de obesidade. Em todo o mundo, mais pessoas estão nessa situação do que abaixo do peso. Segundo o Iarc, a identificação de novos tipos de câncer relacionados ao excesso de peso deve aumentar o número de mortes atribuídas à obesidade.

Segundo a principal autora do artigo desta pesquisa, divulgado pelo New England Journal of Medicine, publicação científica da área de medicina, Béatrice Lauby-Secretan, a “avaliação abrangente reforça os benefícios de manter um peso saudável para reduzir o risco de diferentes tipos de câncer”. O grupo de trabalho também analisou dados relacionados à gordura corporal em crianças, adolescentes e jovens adultos, com idade até 25 anos. O objetivo era avaliar se a obesidade no início da vida estaria ligada ao câncer na vida adulta. Para diversos tipos da doença, incluindo de cólon e fígado, foram observadas associações entre excesso de peso e câncer semelhantes aos registrados em adultos.

Para o diretor da IARC, Christopher Wild, as novas evidências mostram a importância de encontrar formas eficazes, tanto individualmente como pelas sociedades, de implementar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a melhora de padrões alimentares e de atividade física para combater o câncer e outras doenças crônicas.

Cirurgia bariátrica

Quando se trata de obesidade, muitos pacientes questionam o submetimento do paciente

à cirurgia bariátrica. Segundo o cirurgião Walter França para um paciente se submeter a uma cirurgia de redução do estômago é necessário ter Índice de Massa Corpórea (IMC) a partir de 30 e carregar consigo, além de muitos quilos a mais, vários problemas acarretados pelo excesso de peso.

Antes do paciente entrar no bloco cirúrgico ele deve passar por uma bateria de exames e ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por psicóloga e nutricionista. "É preciso haver uma consciência do paciente que ele vai precisar mudar hábitos. Aprender a se alimentar corretamente, sem excessos e colocar a atividade física na sua rotina", ressalta o especialista.