Tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 29/08/2016 às 12:21
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Tabagismo Fumo passivo: Fumaça ambiental de tabaco possui 60 substâncias cancerígenas e seis substâncias capazes de provocar mutação genética (Foto: Fernando da Hora/JC Imagem)

O tabagismo passivo, caracterizado pela inalação da fumaça de cigarro e outro produtos derivados do tabaco por não fumantes, é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, atrás do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A fumaça ambiental de tabaco, segundo a Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), possui 60 substâncias cancerígenas e seis substâncias capazes de provocar mutação genética. Por isso, é classificada como carcinógeno humano do grupo 1, sem níveis seguros de exposição.

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Para marcar este Dia Nacional de Combate ao Fumo, o pneumologista Guilherme Costa, do Hospital Jayme da Fonte, no Recife, explica por que devemos ter atenção à inalação passiva da fumaça do cigarro. “A exposição involuntária à fumaça do tabaco, em curto período, pode acarretar desde reações alérgicas como rinite, tosse, conjuntivite e crise de asma até doenças mais graves em adultos expostos por longos períodos”, explica o pneumologista.

Pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) mostram que fumantes passivos têm um risco 30% maior desenvolver câncer de pulmão e 24% maior de infarto agudo do miocárdio, em comparação às pessoas que não inalam a fumaça do cigarro. Vale ressaltar que a fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde no ambiente contém, em média, três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala.

Outra parcela da população fumante passiva que merece atenção são os bebês e as crianças, que são expostos aos males do cigarro por meio de seus familiares fumantes. “Bebês de grávidas fumantes apresentam taxas maiores de prematuridade, baixo peso ao nascer, retardo no desenvolvimento psíquico e mais risco de mortalidade infantil. E filhos de pais fumantes apresentam maiores complicações respiratórias, idas ao serviço de emergência médica, infecções respiratórias de repetição, alergias respiratórias, rinites, sinusites e otites”, alerta o médico.

Assim, o fumante deve ter conhecimento de que a fumaça do seu cigarro ou de outro derivado do tabaco pode causar doenças nas pessoas com quem convive em casa, no trabalho e em demais espaços coletivos e que não existe nível seguro de exposição à fumaça. “Mesmo em locais abertos, a qualidade do ar já se torna alterada e prejudica as pessoas”, afirma Guilherme.

Com a implantação da Lei Antifumo em 2011, que proíbe, entre outras coisas, fumar em ambientes fechados públicos e privados, houve uma redução significativa da poluição tabagística ambiental. “Locais públicos sem fumo faz os fumantes refletirem sobre seu vício e procurar ajuda e parar de fumar”, diz o pneumologista.