Oftalmologista lista 10 mitos e verdades sobre o glaucoma

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/08/2016 às 8:00
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Imagem de olho (Foto: Free Images) Conjunto de condições oculares que podem causar cegueira, glaucoma tem diversos fatores que favorecem seu desenvolvimento (Foto ilustrativa: Free Images)

Doença que na maioria das vezes não apresenta sintomas, apenas nos estágios mais avançados, o glaucoma ainda é motivo de muitas dúvidas entre os pacientes. Conjunto de condições oculares que podem causar cegueira, a doença tem diversos fatores que favorecem seu desenvolvimento. Hereditariedade e aumento da pressão intraocular são algumas das causas.

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Para entender um pouco mais sobre a doença, o oftalmologista Remo Susanna Jr, professor titular de oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), consultado pela Allergan, empresa especializada em saúde, listou mitos e verdades sobre o glaucoma. Confira as principais questões:

1. O paciente percebe os sintomas.

MITO. Na maioria dos casos o glaucoma de ângulo aberto, a forma mais comum da doença, desenvolve-se lentamente, no decorrer de anos, sem ocasionar nenhum sintoma.

2. Crianças podem ter glaucoma.

VERDADE. As crianças podem ter o chamado glaucoma congênito ou glaucoma infantil ou de desenvolvimento. Ambos são raros e podem aparecer após o nascimento ou até mesmo intraútero. As manifestações clínicas surgem, geralmente, no decorrer do primeiro ano de vida e se caracterizam pelo globo ocular aumentado, alterações na transparência da córnea, que fica branco-azulada, lacrimejamento e fotofobia. Não necessariamente estão presentes todos estes sinais.

3. Antecedente familiar é um dos fatores para o desenvolvimento da doença.

VERDADE. Ninguém sabe ao certo o que causa o glaucoma, mas os maiores fatores de risco são: histórico familiar, pressão do olho elevada, idade avançada (pessoas com mais de 60 anos), alto grau de miopia, tratamento contínuo com esteroides e descendência africana.

4. O glaucoma pode deixar a pessoa cega.

VERDADE. A doença provoca lesões no nervo óptico e, consequentemente, leva à perda gradativa da visão, uma vez que o nervo óptico é o local do nosso olho responsável pela comunicação entre o olho e o cérebro. É a causa mais frequente de cegueira irreversível no mundo. Alguns estudos americanos mostram que, mesmo tratados, 15% do pacientes ficam cegos por fatores variados, como o tratamento não adequado e a não utilização correta das instruções médicas pelo paciente. A lesão glaucomatosa do nervo ótico é irreversível. O tratamento visa evitar a progressão da doença.

5. A cegueira causada pelo glaucoma é reversível.

MITO. A lesão glaucomatosa é irreversível.

6. É possível prevenir o glaucoma.

MITO. Não há como prevenir o glaucoma, porém pode-se evitar a perda da visão com diagnóstico precoce e tratamento adequado. Visitas de rotinas ao oftalmologista são as melhores formas de evitar que o glaucoma passe despercebido. Um exame completo inclui a medição da pressão intraocular e avaliação tanto do ângulo do olho (sistema de drenagem do olho) quanto do nervo óptico. Além disso, outros testes como o de campo visual, a utilização de aparelhos digitais de imagem para verificação da presença e extensão da lesão glaucomatosa podem ser necessários.

7. O paciente, uma vez tratado, está curado da doença.

MITO. O glaucoma não pode ser curado, mas sim controlado. A maneira mais simples é com o uso de colírios, que diminuem a pressão intraocular. Outra forma é usar um laser específico ou então realizar uma cirurgia para escoar o líquido interno do olho ou diminuir a sua produção.

8. O colírio para baixar a pressão intraocular deve ser usado sempre.

VERDADE. Seguir os conselhos e instruções do oftalmologista e usar o colírio regularmente e corretamente, conforme orientado pelo médico, controlará a pressão ocular e estabilizará ou diminuirá a progressão do glaucoma.

9. Quando se opera o glaucoma o problema da pressão está resolvido.

MITO. Na maioria das vezes ocorre o equilíbrio da pressão em um nível seguro, não precisando do uso de colírios. Mas, alguns pacientes podem apresentar difícil controle mesmo após a cirurgia, necessitando manter os colírios ou até mesmo precisarem realizar um novo procedimento cirúrgico.

10. O risco de conviver com o glaucoma diminui com a idade.

MITO. O risco de ter glaucoma aumenta com a idade, sendo mais comum após os 40 anos. Além disso, pessoas com casos de glaucoma na família têm risco maior de apresentar a doença. Portanto, os adultos com histórico familiar de glaucoma devem ser examinados anualmente pelo oftalmologista e referir ao mesmo a presença de antecedentes familiares da doença.