Composto da pariparoba-murta se mostra eficaz contra parasitas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 26/08/2016 às 16:47
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Imagem da planta pariparoba-murta (Foto: Divulgação) Análogos sintéticos de uma molécula extraída da planta apresentam in vitro alta atividade contra os protozoários causadores da doença de Chagas e da leishmaniose visceral (Foto: Divulgação)

Da Agência Fapesp de notícias

Análogos sintéticos de uma molécula encontrada nas plantas da espécie Piper malacophyllum – popularmente conhecida como pariparoba-murta – apresentaram em ensaios in vitro atividade antiparasitária até 40 vezes maior do que as drogas mais usadas atualmente contra os protozoários causadores da doença de Chagas e da leishmaniose visceral.

Os resultados da pesquisa realizada na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com apoio da FAPESP, foram divulgados no início de agosto durante o workshop “The momentum and perspectives of Drug Discovery and Development in Brazil”. O evento foi organizado no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) pelo Centro de Espectrometria de Massas Aplicada (Cemsa). Os dados também foram publicados na revista Bioorganic & Medicinal Chemistry Letters.

“Foi identificado nessa planta um composto com ação antiparasitária chamado gibilimbol e nosso grupo já sintetizou mais de 15 análogos. Fizemos pequenas modificações na estrutura da molécula com o objetivo de aumentar sua eficácia”, contou João Paulo dos Santos Fernandes, professor do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas (ICAQF) da Unifesp.

Duas versões da molécula de gibilimbol – nomeadas como “A” e “B” – foram originalmente extraídas da pariparoba-murta e caracterizadas no âmbito de um projeto coordenado pelo professor João Henrique Ghilardi Lago, também do ICAQF-Unifesp, cujo objetivo é procurar compostos com ação antiparasitária em plantas da Mata Atlântica.

O desenvolvimento de análogos sintéticos com atividade potencializada vem sendo feito, sob a orientação de Fernandes, durante os projetos de iniciação científica e mestrado de Marina Themoteo Varela. Já os ensaios in vitro para avaliar a eficiência dos compostos sobre os parasitas são coordenados por Andre Gustavo Tempone Cardoso, no Instituto Adolfo Lutz (IAL), e também contam com apoio da FAPESP.

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