Hepatites virais: Infectologista esclarece cinco dúvidas sobre prevenção e tratamento

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/07/2016 às 18:34
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Sangue (Foto: Guga Matos/JC Imagem) É importante realizar exames de rotina que podem detectar hepatites (Foto: Guga Matos/JC Imagem)

O mês de julho foi escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para alertar a população sobre as hepatites virais. Esta quinta-feira (28) é marcada pelo Dia Mundial de Combate às Hepatites. O chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE), Paulo Sérgio Ramos, esclarece as principais dúvidas da população sobre o assunto. O HC, vale frisar, realiza o tratamento de todas as hepatites.

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Qual a diferença entre as hepatites A, B e C?

A transmissão da hepatite A é pela via fecal-oral - ou seja, ingerindo água ou alimentos contaminados com o vírus. Na maioria dos casos, a hepatite A se desenvolve sem apresentar sintomas ou com sinais leves, de forma que não se percebe a infecção. Quando apresenta sintomas, a pessoa pode sentir fadiga, náusea, vômitos, além de apresentar olhos amarelados, a urina escura e as fezes esbranquiçadas. Esse quadro dura, em média, de duas a quatro semanas.

Já as hepatites B e C apresentam uma evolução silenciosa. A maioria das pessoas geralmente só apresenta sintomas décadas após a infecção, um quadro de cirrose hepática e maior risco de câncer de fígado. Elas podem ser transmitidas por relações sexuais desprotegidas, sangue contaminado e objetos com sangue contaminado, como agulhas para o uso de drogas, piercings e tatuagens, além de instrumentos utilizados em procedimentos de manicure.

"Na maioria dos casos, o tratamento da hepatite C se dá através da combinação de uma ou mais medicações antivirais por via oral e com grandes chances de cura", diz o infectologista Paulo Ramos (Foto: Divulgação) "Na maioria dos casos, o tratamento da hepatite C se dá através da combinação de uma ou mais medicações antivirais por via oral e com grandes chances de cura", diz o infectologista Paulo Sérgio Ramos (Foto: Divulgação)

É comum a transmissão da hepatite por meio de alicates e materiais utilizados para fazer a unha?

Não temos como determinar a frequência dessa rota na transmissão da hepatite C, mas é um dos meios de contaminação.

Como podemos nos prevenir da hepatite C?

Principalmente não compartilhando agulhas e seringas, que são a principal rota de transmissão, além de sexo protegido através do uso de preservativos e cuidados com a origem dos materiais e na inserção de piercing, confecção de tatuagens e materiais usados em manicures.

Como podemos nos prevenir da hepatite B?

A hepatite B pode ser prevenida através da imunização no primeiro ano de vida ou durante qualquer idade em pessoas susceptíveis a adquirir a doença. Além disso, é importante ter relações sexuais protegidas através do uso de preservativos, não compartilhar agulhas e seringas, ter cuidados com a aplicação de piercing, tatuagens e materiais usados em manicures. Nesse último caso, de preferência, é importante usar o próprio material.

Como é o tratamento para quem tem hepatite C?

Atualmente, para a maioria dos casos, o tratamento se dá através da combinação de uma ou mais medicações antivirais por via oral e com grandes chances de cura.