Novos tratamentos para endometriose em debate durante evento no Hospital Português

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/06/2016 às 14:48
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Cerca de 6 milhões de brasileiras têm endometriose, que tem como um dos sintomas principais a dismenorreia, que é a dor pélvica incapacitante durante o período menstrual e/ou fora dele (Foto: Free Images) Cerca de 6 milhões de brasileiras têm endometriose, que tem como um dos sintomas principais a dismenorreia, que é a dor pélvica incapacitante durante o período menstrual e/ou fora dele (Foto: Free Images)

Segundo a Associação Brasileira de Endometriose, cerca de 6 milhões de brasileiras convivem com a doença, provocada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas, migram no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar e a sangrar. Para conscientizar as mulheres sobre os cuidados com a endometriose e debater com os médicos especialistas novas terapêuticas e técnicas cirúrgicas, o Real Hospital Português (RHP) sedia o 1º Encontro Pernambucano de Mulheres Portadoras de Endometriose e o 1º Encontro de Endometriose de Pernambuco. O evento acontece de 30 de junho a 2 de julho, no Salão de Convenções do RHP.

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O evento, coordenado pelo médico Gilvan Santos, recebe os ginecologistas Cláudio Crispi (RJ), Nucelio Lemos (SP), Thiers Soares (RJ), Ricardo Perreira (SP) e o cirurgião Albino Sorbello (SP), que participarão de palestras e realizarão cirurgias ao vivo, com tecnologia 3D, transmitidas em tempo real para o evento. A inscrição é gratuita e deve ser feita pelo site www.endometriosepe.com.br.

O endométrio é uma mucosa que reveste a parede interna do útero, que ela fica mais espessa a cada mês para que o óvulo fecundado possa se implantar nele. Caso não haja fecundação, boa parte do endométrio é eliminada durante a menstruação. O que sobra volta a crescer, e o processo todo se repete a cada ciclo. As causas ainda não estão bem estabelecidas, e o diagnóstico não é fácil. Ela é uma doença crônica que não tem cura, mas regride espontaneamente com a menopausa. Mulheres mais jovens podem fazer uso de medicamentos.

Saiba mais

A endometriose é uma doença que atinge 10% das brasileiras em idade reprodutiva. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, entre 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos) podem desenvolvê-la e 30% tem chances de ficarem estéreis. É importante destacar que a doença acomete mulheres a partir da primeira menstruação e pode se estender até a última.

Entre os sintomas, estão dismenorreia (dor pélvica incapacitante durante o período menstrual e/ou fora dele), dispareunia (dor na relação sexual), fadiga crônica e exaustão, sangramento menstrual intenso e/ou irregular, alterações intestinais e/ou urinárias durante o período menstrual e infertilidade. Geralmente, o diagnóstico acontece quando a paciente está na faixa dos 30 anos. Dificuldades como falta de profissionais capacitados para identificar a doença, exames específicos e tratamento adequado são alguns dos fatores que levam ao agravamento da endometriose.