Microcefalia: Consultor da Unicef visita FAV para conhecer trabalho de assistência aos bebês

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 27/05/2016 às 5:00
foto-consultor-bebe-600 FOTO:

Foto de consultor da Unicef segurando bebê com microcefalia (Foto: Guga Matos / JC Imagem) Especialista belga Koenraad Vanormelingen, referência em políticas contra o zika vírus, visitou unidade da Fundação Altino Ventura e conheceu mães de bebês atendidos no Centro (Foto: Guga Matos / JC Imagem)

Com informações do Jornal do Commercio

O consultor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) Koenraad Vanormelingen esteve na manhã dessa quinta-feira (26) no Centro de Reabilitação Menina dos Olhos, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. O especialista belga, referência mundial em políticas contra o zika vírus, visitou a unidade da Fundação Altino Ventura (FAV) para conhecer as experiências desenvolvidas no tratamento de bebês diagnosticados com microcefalia.

O trabalho feito pela FAV, referência no tratamento dos pequenos que tem a malformação congênita servirá de base para a elaboração de estratégias mundias da Unicef para políticas sociais na assistência aos pacientes. “Atualmente, sessenta países estão infectados com o vírus zika. Nosso papel aqui é conhecer o trabalho da Fundação para sistematizar e documentar essas experiências”, explica Vanormelingen.

Durante o encontro, o consultor da Unicef também pontuou quais os principais aspectos no acompanhamento dos

bebês com microcefalia que devem ser observados pelas autoridades brasileiras. "Neste momento, o apoio de voluntários e parceiros é muito importante. Mas é necessário o comprometimento do governo. Esse sistema precisa ser descentralizado, com recursos econômicos especiais para essas famílias, além de organização de uma hierarquia de atividades, formando e treinando profissionais capacitados", explica.

consultor-unicef-600 Consultor da Unicef pontuou questões sobre a doença que devem ser tratadas por autoridades brasileiras (Foto: Guga Matos / JC Imagem)

Para o especialista, quatro passos são essenciais na construção de um modelo eficaz de acompanhamento. "Além do comprometimento do governo para que entidades de apoio não fiquem sobrecarregadas, é preciso a criação de um sistema para os serviços básicos, com atenção voltada para educação, apoio social e unidades primárias de saúde. Os gastos com as famílias de bebês com microcefalia também devem ser calculados para elaboração de mecanismos de apoios financeiros eficientes, além de estruturação de unidades de referência em todos os municípios", defende.

 

 

Doações

Também na manhã dessa quinta, mães de bebês com microcefalia que recebem tratamento na Fundação Altino Ventura receberam kits de estimulação multissensorial da empresa de financiamento coletivo Viabilizze. A iniciativa é resultado de uma campanha online feita pela companhia que arrecadou R$ 10 mil para a FAV.

O evento também contou com a doação da Casa Lux Ótica de óculos de grau com armação especial para os pequenos com a malformação congênita e que também têm problema de visão. A empresa decidiu doar o acessório às crianças após reportagem do Jornal do Commercio que contou a história do pequeno Matheus.

Foto de Nicole Cristina com a filha Helena, 7 meses. Diagnosticada com microcefalia, a criança tem problema na visão e ganhou óculos de grau (Foto: Guga Matos / JC Imagem) A pequena Helena, de 7 meses, foi uma as primeiras a ganhar o óculos de grau de ótica parceira da FAV. A mãe, Nicole Cristina, 22, comemorou a chegada do novo acessório (Foto: Guga Matos / JC Imagem)

Uma das beneficiadas com o óculos foi a pequena Helena, de 7 meses. Com estrabismo e miopia, a pequena logo passou a observar tudo atentamente quando a nova ferramenta que estimulará a capacidade cognitiva do bebê. Quem comemorou a doação foi a mãe, Nicole Cristina, 22 anos, que acredita que o acessório impulsionará o desenvolvimento da filha. "Ela está se equilibrando mais, já bota a mão na boca ou tenta pegar as coisas", conta.

Além das atividades na FAV, Helena também vai a sessões com equipe multidisciplinar no Imip e na AACD. As duas moram com a família em Surubim, no Agreste pernambucano.