Prefeitos recebem carta de compromisso para continuar com ações de combate contra o Aedes

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 13/05/2016 às 16:44
Aedes-235 FOTO:

Imagem de larvas do Aedes aegypti (Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem) Documento ressalta necessidade de que as ações de enfrentamento ao Aedes aegptyi, transmissor da dengue, chicungunha e zika, tenham seguimento (Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem)

Gestores municipais de todo o País receberam nessa quinta-feira (12) uma carta de compromisso para a continuidade das ações de combate ao mosquito Aedes aegpyti, transmissor do zika vírus, dengue e chicungunha. O documento serve de alerta para que os prefeitos saibam que o combate ao Aedes não pode sofrer interrupções. A entrega foi feita pela equipe da Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC) junto com técnicos do Ministério da Saúde (MS) durante encerramento da XIX Marcha dos Prefeitos, evento aberto na última segunda-feira em Brasília.

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O documento adverte que uma eventual suspensão nas ações de erradicação pode acarretar em aumento da infestação do Aedes aegypti, favorecido pelas condições climáticas. "Não podemos deixar que todas as ações que temos desenvolvido desde o fim do ano passado tenham seu ritmo reduzido ou sejam extintas em razão da diminuição da incidência do mosquito. Por isso, recomendo não só aos prefeitos, mas à população dos municípios, que continuem engajados nessa luta. Juntos, podemos vencer o mosquito de uma vez por todas", destacou a coordenadora da Sala Nacional, Marta Damasco.

Segundo o Ministério da Saúde, os mais de 5 mil municípios brasileiros passaram a contar com a ajuda de 46 mil agentes de controle de endemias e 266 mil agentes comunitários de saúde desde que foi decretado estado de emergência em saúde pública, no fim de 2015. Esses profissionais, que já atuavam regularmente nessas atividades, passaram a realizar visitas de rotina às residências para eliminação e controle do vetor. As ações realizadas nos municípios também tiveram a participação de militares das Forças Armadas, que auxiliaram com transporte, comunicação e pessoal.

Foi também elaborado pelo Ministério da Saúde o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, que contemplou o combate ao mosquito Aedes aegypti. Para eliminar o mosquito, o governo federal engajou vários órgãos privados e governamentais, com a criação de salas de coordenação e controle em nível nacional, estadual e municipal. Atualmente, 1.096 municípios notificaram possuir salas ou comitês de monitoramento das ações de combate ao Zika vírus e à microcefalia.

A Sala Nacional é responsável pela consolidação, monitoramento e divulgação dos dados de imóveis visitados e de focos encontrados, os quais são repassados por estados e municípios, além de promover ações para eliminação de criadouros do mosquito e de acompanhar e divulgar os resultados obtidos.

Visitas aos imóveis

Até o último dia 6, no fechamento do terceiro ciclo da etapa de ataque ao vetor, as equipes de combate ao mosquito Aedes aegypti informaram ter visitado mais de 28,3 de milhões de imóveis brasileiros. Foram 18,3 milhões de domicílios, prédios públicos, comerciais e industriais efetivamente vistoriados, além de 3,8 milhões de estabelecimentos que ou estavam fechados ou houve recusa para acesso. Nesse terceiro ciclo, 4.649 do total de 5.570 municípios brasileiros registraram as visitas no Sistema Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR).

Segundo o MS, o primeiro ciclo da mobilização, realizado entre janeiro e fevereiro, alcançou 88% dos domicílios e prédios públicos, comerciais e industriais, num total de 59 milhões de imóveis visitados, sendo 47,8 milhões trabalhados e 11,2 milhões que estavam fechados ou houve recusa para o acesso. No segundo ciclo, em março, as equipes de combate ao mosquito Aedes aegypti alcançaram 34,9 milhões de imóveis brasileiros, sendo 29,2 milhões de domicílios, prédios públicos, comerciais e industriais efetivamente vistoriados.

Ainda de acordo com o órgão, as visitas aos imóveis em todo o País contam com a participação permanente de 266,2 mil agentes comunitários de saúde e 49,2 mil agentes de controle de endemias, com apoio de aproximadamente 5 mil militares das Forças Armadas. Há ainda o reforço de profissionais destacados pelos estados e municípios, como membros da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.