Dia Mundial do Combate ao Câncer: data alerta para importância da prevenção e diagnóstico precoce

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 08/04/2016 às 14:07
Segundo o Inca, somente em 2015, 57,9 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Brasil (Foto: JC Imagem)
Segundo o Inca, somente em 2015, 57,9 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Brasil (Foto: JC Imagem) FOTO: Segundo o Inca, somente em 2015, 57,9 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados no Brasil (Foto: JC Imagem)

O mês de outubro é marcado por ações que sensibilizam sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama Entre as mulheres, a maior incidência é o câncer de mama. Médicos alertam que a doença pode ser prevenida em até 50% dos casos se houver prevenção efetiva

A Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o 8 de abril como o Dia Mundial de Combate ao Câncer, data que tem como objetivo chamar a atenção dos governantes e da população sobre a importância da conscientização e debate da doença. Para ter uma ideia, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2016, serão mais de 596.070 novos casos da doença diagnosticados - entre 295.200 homens e 300.870 mulheres.

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Segundo o oncologista Eduardo Inojosa, da Oncoclínica Recife, a prevenção ainda é a melhor opção para evitar a doença. O médico alerta para dois tipos de prevenção: a primária e secundária. A primária inclui a mudança dos hábitos pessoais com o objetivo de reduzir a influência dos fatores causadores da doença. A segunda destaca o diagnóstico precoce, partindo do princípio de que quanto antes for feito o diagnóstico do câncer, maior é a chance de cura.

A doença pode ser prevenida em até 50% dos casos. É o que ressalta o oncologista Artur Ferreira, do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, em São Paulo. Para isso, as pessoas devem adotar estratégias de prevenção no próprio cotidiano. "Grande parte destas medidas atuam positivamente na proteção de problemas crônicos, tais como doenças cerebrovasculares e diabetes, haja vista que muitos fatores de risco são comuns a estes grupos de doenças", afirma o especialista.

Confira as principais dicas:

1. Evitar o tabagismo

Corresponde ao principal fator de risco para o câncer de pulmão, aumentando o risco em até 20 vezes. É responsável por cerca de 90% dos óbitos relacionados à doença. Além disto, está ligado a uma variedade de outros tipos de tumores.

2. Manter-se ativo fisicamente e praticar hábitos de vida saudáveis

Estes fatores estão relacionados à redução do risco de câncer de mama e colorretal, por exemplo.

3. Optar por dietas ricas em frutas, vegetais e grãos diversos e reduzir o consumo de gorduras

Dietas ricas em gorduras estão relacionadas ao aumento do risco de tumores como, por exemplo, o câncer colorretal.

4. Limitar o consumo de bebidas alcoólicas

Mesmo em quantidades moderadas o álcool está associado ao risco para câncer colorretal, mama, esofágico, hepático e de cabeça e pescoço.

5. Proteger-se contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)

As infecções por HPV, vírus das Hepatites B e C, HTLV1, HIV e vírus EBV estão ligadas ao surgimento de determinados tipos de câncer. O rastreamento e a prevenção pela vacinação para o HPV, por exemplo, podem prevenir o surgimento do Câncer de Colo Uterino.

6. Evitar exposição excessiva a luz solar

Esse é o principal fator de risco relacionado aos tumores de pele. Isso ocorre porque a radiação ultravioleta pode causar mutações nas células da pele, interferindo no sistema imunológico e favorecendo o surgimento de células que originam os tumores de pele.

Números

Ainda segundo os dados do Inca, o tumor mais comum é o de pele não-melanoma, com 175.760 novos casos a cada ano, sendo 80.850 em homens e 94.910 em mulheres. Nos homens, os tumores mais incidentes são o de próstata, com 61.000 novos casos ao ano; pulmão, com 17.330; cólon e reto, com 16.660; estômago, com 12.920; cavidade oral, com 11.140; esôfago, com 7.950; bexiga, com 7.200; laringe, com 6.360; e leucemias, com 5.540 casos.

Já nas mulheres, a maior incidência do câncer são o de mama, com 57.960 novos casos; cólon e reto, com 17.620; colo de útero, com 16.340; pulmão, com 10.860; estômago, com 7.600; ovário, com 6.150; tireoide, com 5.870; e linfoma não–Hodgkin, com 5.030 novos casos.