Câncer: Pernambucana cria chip que detecta primeiros sinais de 18 tipos da doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/04/2016 às 11:51
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Deborah Zanforlin (à esq.) desenvolveu chip que detecta sinais de 18 tipos de câncer em estágio inicial. O sistema não emite radiação. O resultado dos testes sai em 15 minutos (Foto: Divulgação) Deborah Zanforlin (à esq.) desenvolveu chip que detecta sinais de 18 tipos de câncer em estágio inicial. O sistema não emite radiação. O resultado dos testes sai em 15 minutos (Foto: Divulgação)

Um chip que detecta diversos tipos de câncer em estágio inicial através de um teste sanguíneo e que dá o resultado ao paciente em 15 minutos. Esse é o projeto que a biomédica Deborah Zanforlin, professora da Faculdade Boa Viagem (FBV|DeVry), no Recife, e do Centro Universitário do Vale do Ipojuca (Unifavip|Devry), em Caruaru (Agreste de Pernambuco), desenvolveu e que concorrerá com projetos do mundo todo na competição BioSciKin, categoria Life Science, que acontecerá nesta quinta-feira (7), em Stanford, Califórnia.

O projeto denominado ConquerX consiste em um biossensor em formato de chip que mapeia marcadores sanguíneos que indicam 18 tipos de câncer, o que permite um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficiente. “O diagnóstico precoce do câncer aumenta para 70% as chances de cura. O chip fará com que as pessoas deixem de ver o câncer como uma sentença de morte, além de ajudar no esquema de prevenção”, explica Deborah.

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Além da rapidez, a biomédica destaca a praticidade do equipamento. Com o tamanho de um laptop, o sistema do ConquerX é totalmente portátil e pode ser levado com facilidade para cidades do interior, onde o acesso a testes e tratamento contra o câncer é difícil. “A funcionalidade do ConquerX, que alia rapidez e portabilidade, também permite a maior periodicidade dos testes, que podem ser realizados a cada seis meses”, explica Deborah. Outro benefício do chip é que ele não emite radiação.

Atualmente, Deborah está em fase de desenvolvimento de relatórios que serão submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e à Food and Drugs Administration (FDA), a fim de essas agências analisarem as pesquisas desenvolvidas com o chip para avaliar uma possível liberação do biossensor para uso em larga escala.

A ideia de diagnosticar e prevenir o câncer em seus estágios iniciais nasceu durante o curso de mestrado, quando Deborah também teve a oportunidade de testar sua ideia em pacientes de um hospital da rede pública do Recife. O sucesso da iniciativa suscitou pedidos para que o chip começasse a funcionar de forma efetiva e para todos. “As pessoas me ligavam pedindo ajuda porque sabiam que o chip poderia prevenir o câncer, e eu me sentia frustrada porque o projeto não estava ajudando todas as pessoas que precisavam dele”, explica.

A vontade de expandir esse atendimento levou a biomédica a buscar recursos para financiá-lo. Em 2015, ela se uniu a profissionais da Argentina, Vietnam, Espanha e Eslováquia e fundou a ConquerX - uma startup voltada para o aperfeiçoamento e divulgação do chip. O chip recebeu em 2015 a medalha de prata em premiação do Massachusetts Institute of Technology – MIT, um dos centros de pesquisa em Ciência mais avançados do mundo. Na ocasião, o projeto concorreu com 64 projetos selecionados entre mais de 50 mil estudos realizados no mundo todo.

Quem quiser entrar em contato com Deborah pode escrever para [email protected].