H1N1: Tire suas dúvidas sobre as complicações respiratórias relacionadas aos vírus da influenza

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 01/04/2016 às 1:14
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Em Pernambuco, dos 47 pacientes notificados com síndrome respiratória aguada grave (SRAG), três tiveram diagnóstico de H1N1 e evoluíram bem. Entre os registros da síndrome, dois são de pacientes que evoluíram para óbito (Arte: Eduardo Mafra/Editoria de Artes JC) Em Pernambuco, dos 47 pacientes notificados com síndrome respiratória aguada grave (SRAG), três tiveram diagnóstico de H1N1 e evoluíram bem. Outros dois evoluíram para óbito (Arte: Eduardo Mafra/Editoria de Artes JC)

Em tempos em que se observa um aumento de casos de infecção pelos vírus da influenza, especialmente por H1N1, é comum se falar sobre síndrome respiratória aguda grave (SRAG), que exige internação e tem como sintoma clássico o desconforto respiratório acompanhado de sinais da síndrome gripal. A SRAG vem à tona em momentos de vigilância maior dos casos de gripe porque ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos, principalmente pelos vários tipos de vírus influenza, como H1N1 e H3N2.

É bom ficar claro que essas formas mais graves de gripe relacionadas à SRAG são incomuns. A maioria da população geralmente tem forma atenuada de gripe, especialmente quando os municípios atingem uma cobertura vacinal satisfatória durante as campanhas, em torno de 80%.

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“Para se ter ideia, aproximadamente 2% dos pacientes com H3N2 terão pneumonia mais séria, que pode evoluir para insuficiência respiratória e levar à internação. Para H1N1, esse percentual duplica, mas ainda não é algo significante. A taxa de pessoas que morrem em decorrência da gripe é pequena, mas o número passa a ser considerável porque é uma doença muito frequente”, explica o pneumologista Alfredo Leite, preceptor da residência de clínica médica do Hospital Barão de Lucena.

O médico reforça que outros vírus respiratórios também podem causar SRAG, como o parainfluenza, o adenovírus e o vírus sincicial respiratório (VSR). “A questão é que, entre eles, o H1N1 tem uma maior tendência a causar complicações respiratórias do que os outros vírus, especialmente em grupos de risco, como idosos e crianças muito pequenas. Além disso, cerca de 20% das pneumonias em adultos são de causas virais, e isso pode ocorrer mais frequentemente com os vírus da gripe”, acrescenta Alfredo.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram notificados até 12 de março 1.616 casos de SRAG, sendo 975 (60,3%) com amostra processada. Dessas, 23,1% foram classificadas como SRAG por influenza e 4,4% como outros vírus respiratórios. Entre os casos de influenza, 83,6% positivaram para H1N1. E entre os 182 óbitos registrados pela síndrome no País, 34 (18,6%) foram confirmados para o vírus influenza, sendo 30 (88,2%) decorrentes de H1N1.

Em Pernambuco, dos 47 pacientes notificados com SRAG, três tiveram diagnóstico de H1N1 e evoluíram bem. Entre os registros da síndrome, dois são de pacientes que evoluíram para óbito.