Especialista alerta para os riscos com a sepse

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 09/03/2016 às 15:00
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Imagem de paciente em leito de hospital (Foto: Free Images) Infecção, inicialmente localizada, se não for diagnosticada e tratada de forma adequada pode evoluir e desencadear reação de todo o organismo. Sepse pode atingir desde o recém-nascido até os idosos (Foto: Free Images)

Aquele conjunto de manifestações graves em todo o organismo produzidas por uma infecção generalizada atende pelo nome de sepse, a principal causa de admissão e de óbito nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ao redor do mundo. Para ter uma ideia, só no Brasil, cerca de 400 mil novos casos são diagnosticados por ano e 240 mil pessoas morrem em decorrência da complicação. Ela mata mais até que infarto e alguns tipos de câncer. Os dados são do Instituto Latino Americano da Sepse (ILAS).

A infecção, inicialmente localizada, se não for diagnosticada e tratada de forma adequada pode evoluir, desencadeando reação de todo o organismo. Pode atingir desde o recém-nascido até os idosos. Mas o risco pode ser diminuído, sobretudo em crianças, se for seguido corretamento o calendário de vacinação e hábitos corretos de higiene. Pesquisadores apontam a falta de informação da população a respeito do assunto como um dos principais motivos para esses elevados e preocupantes índices.

Dados apontam que a taxa de mortalidade em casos tratados na sua fase inicial é de 5%. Quando há retardo no tratamento, a mortalidade eleva-se para 30%; e quando o paciente apresenta quadro de choque séptico, o risco passa a ser de 40 a 60%.

Entre os sintomas, mudanças de temperatura, da frequência cardíaca e da respiração. Esses são alguns sinais para que o paciente procure a emergência mais próxima. O tratamento é feito a base de antibióticos e deve começar o mais rápido possível. "Por mais simples que seja uma infecção, ela pode não evoluir bem. O tempo que se leva para iniciar o tratamento é fundamental para a cura", explica a médica Mariza da Fonte, gestora da UTI Geral do Hospital Esperança Recife.

A médica faz ainda o seguinte alerta: os pacientes devem evitar a automedicação. "Cada paciente possui um histórico e é preciso avaliar os sintomas e a gravidade da infecção, entre outros aspectos fundamentais para o sucesso do tratamento, que deve ser individualizado para cada paciente", relata.

Outro fator que deve ser esclarecido é que a Sepse não é um síndrome relacionada apenas às infecções hospitalares. A gravidade de uma infecção depende de fatores diversos, incluindo o estado nutricional do paciente, fatores relacionados ao agente infeccioso e fatores extras que podem interferir na evolução do caso, como ser submetido a transplantes ou tratamento quimioterápico.

Cuidados

Vale lembrar que quanto antes uma infecção for tratada, menor o risco de evoluir para a sepse. Pacientes e acompanhantes devem estar atentos aos cuidados essenciais, como lavar corretamente as mãos ao entrar e sair do hospital; não levar flores e alimentos para o ambiente hospitalar; e não visitar o paciente se estiver com alguma doença contagiosa (lembrando que até uma gripe se enquadra nessa recomendação).