Parto normal e respeito ao direito das mulheres devem ser valorizados, defende Sociedade de Medicina de Família

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 08/03/2016 às 12:06
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Imagem de gestante (Foto: Photl.com) Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade defende direito de escolha entre parto natural e cesárea, desde que informações sobre riscos estejam envolvidas (Foto: Photl.com)

No Dia Internacional da Mulher, muitas questões devem ser lembradas sobre liberdade feminina, inclusive no que diz respeito ao direito de escolha da mãe na hora de realizar o parto do seu bebê. Abordando o tema, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) defende a valorização do parto normal e o respeito ao direito de as mulheres escolhere onde, como e com quem querem ter seus filhos, mediante acesso às informações necessárias sobre os riscos dos procedimentos envolvidos.

"Sabemos que o Brasil vive uma epidemia de partos cesárea, alcançando números alarmantes e que não são motivo de orgulho. As razões para essa distorção são variadas, mas certamente passam pela pouca capacidade que o atual modelo médico-hospitalar tem para lidar com a imprevisibilidade e com os valores dos pacientes, especialmente com os valores das mulheres”, defende Daniel Knupp, vice-presidente da entidade.

Para o especialista, a opção frequente das mães pela cesária é motivada por argumentos sem fundamento científico e mitos que se criam para justificar a prática. "Não é raro que se extrapolem os limites da ética na relação com as mulheres. Infelizmente, muitos desses mitos se propagam em nossa sociedade, levando algumas mulheres a uma opção equivocada pelo parto cesárea", pontua Knupp.

Quem é o médico de família e comunidade (MFC)?

A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.