Estudo alerta para os riscos de doenças crônicas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 28/02/2016 às 9:00
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Imagem de mulher com dor de cabeça (Foto: Free Images) Doenças crônicas são as responsáveis pelos maiores índices de mortalidade e morbidade no Brasil e seu aumento, principalmente a partir dos anos 1960 (Foto: Free Images)

Da Agência USP de Notícias

A saúde da população brasileira adulta não vai bem. As pessoas estão mais obesas, um terço tem hipertensão, muitas delas desenvolveram diabetes e quase metade tem colesterol alto. A avaliação é do médico Paulo Lotufo, e tem um fundamento bem sólido: dados levantados no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), que ele coordena na USP desde 2008. A primeira divulgação dos resultados do Elsa-Brasil a um público mais amplo foi feita no dia 1º de fevereiro no Hospital Universitário (HU) da USP, uma das bases operacionais do projeto.

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A apresentação trouxe um retrato das principais doenças crônicas no País — arterosclerose, enxaqueca, hipertensão, diabetes e dislipidemia (presença de gordura no sangue). Estas patologias crônicas são as responsáveis pelos maiores índices de mortalidade e morbidade no Brasil e seu aumento, principalmente a partir dos anos 1960, têm gerado altos gastos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

O projeto Elsa testou e validou algumas medidas e escores de pesquisas já realizadas em populações no exterior com doenças cardiovasculares, para saber em que medida os critérios desses estudos poderiam ser aplicados à população brasileira. De forma geral, houve similaridade, inclusive com relação aos fatores de risco: obesidade, hipertensão arterial, colesterol elevado e diabetes. Em uma próxima etapa, serão considerados outros elementos como diversidade racial e hábitos de vida dos brasileiros.

O público pesquisado na USP é composto por professores e funcionários. Para esse grupo, o cardiologista Márcio Sommer Bittencourt, pesquisador do Elsa e um dos palestrantes do evento, não têm boas notícias. Segundo ele, apesar destes servidores terem mais acesso aos serviços de saúde do que a população em geral, andam com hábitos de vida não muito saudáveis. Mesmo sendo um pequeno subgrupo analisado, pouco mais de 5 mil, os participantes “uspianos”, quando comparados à maioria da população brasileira, estão mais obesos ou com sobrepeso, fazem menos atividade física fora do ambiente de trabalho e têm maior propensão ao diabetes.

Acompanhamento da saúde

Em relação ao acompanhamento da própria saúde, porém, o grupo da USP está em melhor situação. Dados da pesquisa sobre hipertensão arterial mostram que dos 35% dos participantes da USP que tiveram diagnóstico de hipertensão, 80% já tinham conhecimento dessa informação, enquanto que na população brasileira esta média cai para 50%.

Confira a matéria completa no site da Agência USP de Notícias.