Fiocruz orienta grávidas a redobrar cuidados no Carnaval para evitar zika

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 05/02/2016 às 14:02
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Fiocruz recomenda às gestantes que evitem grandes aglomerações e compartilhamento de copos e materiais levados à boca (Foto: Free Images) Fiocruz recomenda às gestantes que evitem grandes aglomerações e compartilhamento de copos e materiais levados à boca (Foto: Free Images)

Da Agência Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou, nesta sexta-feira (5), ter comprovado a presença do vírus zika, com potencial de provocar infecção, em amostras de saliva e de urina e recomendou uma série de medidas cautelares para grávidas.

De acordo com o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a inédita constatação não indicou ainda como ocorre a transmissão por meio desse fluidos, tampouco se o vírus encontrado nessas condições consegue ultrapassar a placenta e chegar aos fetos.

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A grande preocupação é que o aumento de casos de microcefalia em bebês possa estar associado à zika, com potencial de causar malformação no cérebro de bebês e doenças cognitivas.

Mesmo não comprovada a transmissão por fluidos, as recomendações da Fiocruz são as mesmas de outras doenças transmissíveis pela saliva e devem ser seguidas à risca por mulheres grávidas.

Segundo Gadelha, a Fiocruz tem grande preocupação em suas pesquisas com as grávidas. “Recomendamos às gestantes que evitem grandes aglomerações e o compartilhamento de copos e materiais levados à boca. Pessoas que convivem com gestantes e que tenham sintomas de zika devem ter responsabilidade adicional.”

O presidente da Fiocruz acrescentou que “a evidência de hoje não faz com que digamos às pessoas que elas não podem ir para o Carnaval. Não podemos afirmar que não existe a possibilidade de transmissão. Então, temos de ter cautela adicional".

Orientações gerais

Às vésperas do Carnaval, as orientações para os demais foliões são mais brandas, já que geralmente os sintomas da zika são considerados leves e não causam complicações de saúde. " O risco está aumentado, mas não temos de evitar o beijo como medida de saúde pública. Pelo amor de Deus, podem beijar", afirmou Gadelha.

Os cientistas da Fiocruz disseram que as pesquisas para detalhar a transmissão da zika por saliva e urina estão em curso, mas não há um prazo para serem concluídas.

Segundo eles, até agora a melhor forma de combater e prevenir a doença é a destruição de criadouros do mosquito Aedes aegypti, único com capacidade comprovada de passar o vírus. O mosquito normalmente é encontrado em recipientes com água parada.